O acordo foi assinado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e Integração Regional cabo-verdiano, Rui Figueiredo Soares, e pela vice-presidente da Comissão da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), Damtien Larbli, definindo os termos e condições para Cabo Verde ser a sede do centro.
A decisão da criação de um Centro Multinacional de Coordenação Marítima da Zona G saiu de uma Reunião Interministerial da CEDEAO, da Comunidade Económica dos Estados da África Central e da Comissão do Golfo da Guiné, realizada em 19 de março de 2013 em Cotonou, sobre a proteção e segurança marítima nas regiões da África Ocidental e Central.
E em 2017 o Governo de Cabo Verde manifestou a sua disponibilidade para acolher a sua sede, que vai ficar no Porto da Praia, para controlar todo o tráfego marítimo internacional na zona e partilhar informações com os demais quatro centros existentes em África.
Para o chefe da diplomacia cabo-verdiana, a assinatura dos termos e condições para sediar o centro é um momento "muito importante" para o país, sublinhando a relevância de informações precisas sobre a questões de segurança na sub-região ocidental africana.
"Nós vamos contribuir também não só para uma melhor segurança na nossa região, mas na África no seu todo, mas também uma colaboração com outros países e com outros continentes, porque sabemos que os riscos e as ameaças são cada vez mais globais", salientou Rui Figueiredo Soares.
Também presente na cerimónia, a ministra de Estado, da Defesa e da Coesão Territorial cabo-verdiana, Janine Lélis, sublinhou o empenho que o país colocou nessa questão desde o início, tendo em conta a importância que traz para o arquipélago.
"Isso, para nós, representa uma valoração muito importante de Cabo Verde no cenário sub-regional e também global. Com isso nós estamos a predispormos para, em parceria com a CEDEAO, ajudar a contribuir com as nossas forças e as nossas energias para mais paz e mais segurança", traçou a ministra, garantindo que já há equipamentos instalados e que outros estão a chegar ao país para apetrechar o centro.
Sem precisar uma data para início do funcionamento, Janine Lélis avançou, porém, que já conta 50 milhões de escudos (453 mil euros) para o primeiro ano, sendo 38 milhões (344 mil euro) do Orçamento do Estado e 12 milhões de escudos (108 mil euros) da Alemanha.
"Temos as condições reunidas para o seu início de funcionamento, mas o seu funcionamento também pressupõe uma preparação, uma qualificação do pessoal, em especial dos militares que, a nível nacional, vão estar a operar neste centro", afirmou a governante.
Por sua vez, a vice-presidente da CEDEAO, Damtien Larbli, salientou o objetivo da organização na integração regional das populações e das suas economias, apontando vários pontos em comum com Cabo Verde e vários outros projetos em curso no arquipélago.
Além de Cabo Verde, fazem parte do centro da Zona G a Gâmbia, Guiné-Bissau, Mali e Senegal, criado no âmbito do protocolo de Yaoundé, que define as relações em matéria de defesa e segurança entre as várias regiões da África em parceria com o G7+Amigos do Golfo da Guiné.
O grupo do G7+Amigos do Golfo da Guiné é composto pela Alemanha, Canadá, Estados unidos, Itália, Japão, Reino Unido, França, Bélgica, Brasil (observador), Coreia do Sul, Dinamarca, Espanha, Noruega, Países Baixos, Portugal, Suíça, União Europeia, escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime e Interpol.
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Lusa/fim
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