"Em algumas ruas, os passeios são demasiado estreitos para os abrigos serem normais. Não estamos habituados a ver as paragens invertidas, mas se formos a outros países da Europa, é uma norma porque defende melhor os clientes", afirmou Pedro Baganha, em resposta a uma questão levantada pela vereadora do BE durante a reunião do executivo.

Questionado sobre o "grande alarido" em torno da instalação de paragens de autocarro invertidas na cidade, Pedro Baganha garantiu que esta é a "melhor solução" em determinadas ruas e artérias do Porto, caso contrário, a "opção seria não ter abrigo nenhum".

"Não é a primeira vez que se ensaiam estes abrigos no Porto, já foi feito na Rua de S. Roque. Esta estranheza durou até virem as primeiras chuvas", observou.

Já o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, esclareceu que os abrigos estão a ser colocados de forma invertida "não porque há um funcionário da câmara que é incompetente", mas por "razões de equidade comercial".

"Sabíamos que uma das condições de mudar esta questão na cidade passava pela substituição dos abrigos", acrescentou.

Em resposta à Lusa, a Câmara do Porto adiantou hoje que à data da assinatura dos novos contratos estavam instalados 569 abrigos na cidade.

No âmbito da nova concessão já foram instalados 77 novas paragens.

As paragens da STCP estão a ser substituídas desde junho e, no total, estão em causa 650 abrigos, que deverão estar instalados até ao final do primeiro trimestre de 2023, "incluindo MUPIs, painéis e 'outdoors'", segundo a autarquia.

Em 02 de setembro, a Dreammedia, empresa responsável pela instalação de mobiliário urbano no centro do Porto, disse que o conceito das paragens de autocarro invertidas tem "uma lógica" e "bom senso", tendo sido solicitadas assim pela autarquia.

"Há uma lógica, há um bom senso, e a equipa que gere a via pública na Câmara Municipal do Porto é extremamente profissional", disse à Lusa o presidente executivo da Dreammedia, Ricardo Bastos.

Em geral, "os abrigos são normais" e "apenas em casos excecionais e devidamente justificados, como o que disse anteriormente, é que os abrigos são colocados de forma invertida", clarificou.

A Dreammedia ganhou o lote relativo ao centro do Porto do concurso público de concessão de publicidade e mobiliário urbano lançado pelo município, e no conjunto dos lotes a autarquia estima receber cerca de 37 milhões de euros.

 

SPYC (JE) // MSP

Lusa/Fim