![Cerca de 32 mil famílias em insegurança alimentar no centro de Moçambique](/assets/img/blank.png)
"Neste momento temos cerca de 32 mil famílias em situação de insegurança alimentar que vivem através de remessas e venda de pequenos animais. A zona mais afetada é o posto administrativo de Goonda que é o nosso celeiro em termos de produção de cereais", disse Hélder Alberto, diretor dos serviços distritais das atividades económicas do distrito de Chibabava, em Sofala, em declarações citado hoje pela comunicação social.
Segundo o responsável, o Governo local já começou a assistir cerca de 4.100 famílias afetadas pela seca e estiagem, sobretudo as do posto administrativo de Goonda, no distrito de Chibabava.
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) estimou recentemente que cerca de 4,8 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária em Moçambique, sendo necessários 64 milhões de dólares (60,6 milhões de euros) para responder às necessidades.
"As múltiplas crises afetando atualmente Moçambique - conflito, seca e emergências de saúde pública - estão a sobrecarregar os recursos humanitários. Cerca de 4,8 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária (10% de pessoas com deficiência), incluindo 3,4 milhões de crianças", lê-se num comunicado da Unicef.
Em setembro do ano passado, a Organização das Nações Unidas (ONU) avançou que perto de dois milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária no país.
"Neste ano, Moçambique foi afetado pela seca induzida pelo fenómeno El Niño, durante a época 2023-2024. Estima-se que cerca de 1,8 milhões de pessoas possam enfrentar insegurança alimentar entre outubro próximo e março de 2025. Face a esta situação, a necessidade de assistência humanitária para as comunidades afetadas tem estado a aumentar, sobretudo nas regiões centro e sul de Moçambique", explicou a organização.
Moçambique é considerado um dos países mais severamente afetados pelas alterações climáticas globais, enfrentando ciclicamente cheias e ciclones tropicais durante a época chuvosa, que decorre entre outubro e abril.
O El Niño é uma alteração da dinâmica atmosférica causada por um aumento da temperatura oceânica. Este fenómeno meteorológico está também a provocar chuvas torrenciais na África oriental, que já causaram centenas de mortos em vários países, como Quénia, Burundi, Tanzânia, Somália e Etiópia.
PYME (LYCE)// SF
Lusa/Fim
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