Em comunicado, a ARME refere que a atualização dos preços máximos dos combustíveis em Cabo Verde para março levou em conta a introdução de alterações à legislação, nomeadamente sobre a importação, depois de em abril, maio e junho de 2022 o Governo ter suspendido o mecanismo de fixação de preços, face à crise económica provocada pela guerra na Ucrânia.

O preço médio dos combustíveis já tinha descido 7% em dezembro e 10% em janeiro, seguindo-se uma subida de 4,5% em fevereiro, segundo os dados anteriores da ARME.

A atualização dos preços dos combustíveis incorpora alterações às taxas de Direitos de Importação (DI) e de Imposto sobre o Consumo Especial (ICE) e implica o aumento da taxa de DI sobre a gasolina de 10% para 20%, mantendo-se a redução da taxa de ICE sobre o gasóleo e a gasolina, de 10% para a específica de seis escudos (cinco cêntimos de euro) por litro.

De acordo com a nova tabela de preços máximos, que vai vigorar até 31 de março, o litro de gasóleo normal passou hoje a ser vendido em Cabo Verde a 134,90 escudos (1,22 euros), uma descida de 5,60%, o de gasolina a 143,10 escudos (1,30 euros), mais 3,02%, o de petróleo a 151,40 escudos (1,37 euros), menos 4,18%, e o de gasóleo marinha a 105,30 escudos (0,95 euros), menos 6,07%.

O gasóleo para eletricidade -- as centrais a combustíveis fósseis garantem quase 80% da eletricidade produzida no arquipélago -- desceu 5,90%, para 125,90 (1,14 euros) por litro, enquanto o gás butano passou a ser vendido entre os 464 escudos e os 8.961 escudos (4,20 a 81,00 euros), para as garrafas de três a 55 quilogramas, mais 5,85%.

"Tudo somado, corresponde a um decréscimo médio dos preços dos combustíveis de 1,51%", refere a ARME.

Quando comparado com o período homólogo de março de 2022, a variação média dos preços dos combustíveis "corresponde a um aumento de 3,83%", acrescenta o regulador.

O arquipélago recupera de uma profunda crise económica e financeira, decorrente da forte quebra na procura turística - setor que garante 25% do Produto Interno Bruto (PIB) do arquipélago - desde março de 2020, devido à pandemia de covid-19.

Em 2020, registou uma recessão económica histórica, equivalente a 14,8% do PIB, seguindo-se um crescimento de 7% em 2021 impulsionado pela retoma da procura turística. Para 2022, devido às consequências económicas da guerra na Ucrânia, nomeadamente a escalada de preços, o Governo cabo-verdiano baixou a previsão de crescimento de 6% para 4%, que em outubro voltou a rever, em alta, para 8% e já no final de dezembro para uma perspetiva de 10 a 15%.

PVJ // VM

Lusa/Fim