"Não venha o diabo tecê-las e numa outra conjuntura alguém venha repor as portagens", afirmou o porta-voz da comissão, Francisco Almeida, durante uma conferência de imprensa realizada na Avenida da Europa, em Viseu, onde há cerca de 20 anos começou o primeiro buzinão contra as portagens nas autoestradas A24 e A25.
Na sua opinião, "seria melhor que os pórticos fossem todos arrancados", porque "acabaram as portagens e não são lá precisos".
"As câmaras municipais, a Infraestruturas de Portugal ou a Ascendi, que se fartou de ganhar dinheiro com isto, que arranquem os pórticos, são objetos de má memória", frisou.
No passado dia 01, as portagens foram abolidas nas vias rápidas estruturantes do Interior e Algarve conhecidas como SCUT, após a luta das populações pela reposição do modelo inicial de financiamento destas estradas sem custos para o utilizador.
As portagens foram abolidas na A4 - Transmontana e Túnel do Marão, A13 e A13-1 - Pinhal Interior, A22 - Algarve, A23 - Beira Interior, A24 - Interior Norte, A25 - Beiras Litoral e Alta e A28 -- Minho, esta última apenas nos troços entre Esposende e Antas e entre Neiva e Darque.
Francisco Almeida sublinhou aos jornalistas que "foi a luta que acabou com as portagens, não foi a bondade de ninguém".
"Alguns dos que agora votaram contra as portagens, acabando com as portagens, ainda há pouco tempo eram defensores do princípio do utilizador pagador que aplicavam à A24 e A25. Converterem-se, ainda bem, e decidiram aprovar uma lei que acaba com as portagens", afirmou.
A proposta que "elimina as taxas de portagem nos lanços e sublanços das autoestradas do interior e em vias onde não existam alternativas que permitam um uso com qualidade e segurança" foi apresentada pelo PS e aprovada com os votos favoráveis do PS, Chega, BE, PCP, Livre e PAN, com a abstenção da IL e os votos contra do PSD e CDS-PP. A lei foi promulgada pelo Presidente da República em julho de 2024.
De acordo com os socialistas, a medida tem um impacto orçamental de 157 milhões de euros.
A Comissão de Utentes contra as Portagens na A25 e A24 colocou hoje na Avenida da Europa faixas que assinalam a vitória da sua luta de duas décadas, com as inscrições "Quem luta nem sempre ganha, quem não luta perde sempre! Foi a luta que obrigou a acabar com as portagens!" e "Água mole em pedra dura tanto bate até que fura. A luta contra as portagens começou em 2004!"
Francisco Almeida manifestou-se solidário com aqueles que continuam a lutar pelo fim de portagens na A25 entre Albergaria-a-Velha e Aveiro (três pórticos, dois em Aveiro e um em Albergaria-a-Velha) e na região do Porto.
AMF (RCS) // JEF
Lusa/Fim
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