"Uma fonte de alto nível desmentiu os relatos da imprensa sobre uma conversa telefónica entre os Presidentes Sissi e Trump", afirmou o Serviço de Informação do Estado, segundo a agência francesa AFP.
Trump mencionou no sábado a ideia de um plano para limpar a Faixa de Gaza, devastada por 15 meses de guerra.
Disse que queria enviar os habitantes do território palestiniano para o Egito e a Jordânia para obter a paz, desencadeando uma chuva de críticas no mundo árabe.
Trump comparou a Faixa de Gaza a um "local de demolição" e disse ter falado com o rei Abdullah II da Jordânia sobre a situação, acrescentando que faria o mesmo no domingo com o Presidente egípcio.
Desde estas declarações, não foi feito qualquer anúncio oficial de uma conversa entre os dois líderes, embora os meios de comunicação social tenham noticiado uma chamada telefónica entre Trump e Sissi na segunda-feira.
"Espero que o façam. Ajudámo-los muito e tenho a certeza de que ele nos ajudará", disse ainda Trump sobre o líder egípcio, aludindo à sua proposta para retirar os palestinianos da Faixa de Gaza.
"É um amigo. Vive numa parte muito difícil do mundo, para ser honesto. Mas acho que ele vai ajudar e acho que o rei da Jordânia também vai", acrescentou.
Aplaudida por membros de extrema-direita do Governo israelita, a sugestão de Trump foi rejeitada por Egito, Jordânia, Autoridade Palestiniana, Liga Árabe e ONU, bem como por os grupos palestinianos radicais Hamas e Jihad Islâmica.
O Irão também rejeitou a proposta, referindo que os palestinianos não podem ser expulsos da Palestina, e sugeriu a expulsão dos israelitas para a Gronelândia, numa alusão às exigências territoriais feitas por Trump relativamente ao território autónomo dinamarquês.
"Levem-nos para a Gronelândia para poderem matar dois coelhos com uma cajadada só. Assim, resolve-se o problema da Gronelândia e o problema dos israelitas", ironizou o chefe da diplomacia do Irão, Abbas Araqchi, numa entrevista à televisão britânica Sky News.
Quinze meses de guerra entre o Hamas e Israel na Faixa de Gaza provocaram mais de 47.000 mortos e um elevado nível de destruição de infraestruturas no território controlado pelo grupo extremista palestiniano desde 2007.
A ofensiva israelita foi desencadeada por um ataque do Hamas contra Israel, em 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e o rapto de 250 pessoas que foram levadas como reféns para a Faixa de Gaza.
Os combates cessaram em 19 de janeiro, véspera da posse de Trump como Presidente dos Estados Unidos, no âmbito de um acordo de cessar-fogo negociado por vários mediadores, incluindo o Qatar e o Egito.
Desde que entrou em vigor, a trégua permitiu a troca de sete reféns israelitas por centenas de prisioneiros palestinianos.
PNG // SCA
Lusa/Fim
Comentários