Um combatente do EI abriu fogo contra fiéis no santuário de Shahcheragh, adiantou a agência Amaq, um braço de propaganda do grupo 'jihadista' muçulmano sunita, através da rede social Telegram.

A mesma fonte elevou também o número de mortos para "20 xiitas e dezenas de mais feridos".

A agência noticiosa oficial iraniana IRNAS tinha adiantado anteriormente que o número de vítimas podia aumentar, após relatar a existência de 15 mortos.

O atirador foi ferido e detido, referiu também a IRNA.

Muitas pessoas visitam este santuário às quartas-feiras, de acordo com a tradição local e o ataque ocorreu durante as horas que mais visitantes se deslocam ao espaço.

No passado, extremistas sunitas têm tido como alvo locais sagrados da maioria xiita do país.

O Irão tem sido abalado por protestos desde que uma jovem curda iraniana morreu, a 16 de setembro, três dias depois de ter sido detida em Teerão pela chamada 'polícia dos costumes', que a acusou de violar o rígido código de indumentária, que inclui o uso do véu em público.

Esta quarta-feira, o acesso à internet foi bloqueado por "razões de segurança" em Saghez, província iraniana do Curdistão, onde nasceu Mahsa Amini, no dia em que se assinala o fim do luto tradicional de 40 dias, avançou a imprensa local.

Dezenas de pessoas, principalmente manifestantes, mas também membros das forças de segurança, foram mortas durante as manifestações que decorrem há mais de um mês, descritas como motins pelas autoridades, e centenas, incluindo muitas mulheres, foram detidas.

A cerimónia, que marcou o final do luto tradicional, foi seguida de confrontos dispersos, tendo a ligação à internet sido "cortada na cidade de Saghez por razões de segurança", informou a agência de notícias iraniana IRNA.

Segundo a mesma fonte, "cerca de 10.000 pessoas, incluindo moradores de Saghez, mas também de cidades vizinhas, foram prestar homenagem junto ao túmulo de Mahsa Amini, uma jovem que nunca foi ativista em vida, mas que, quando foi visitar o centro de Teerão sem um 'hijab' que lhe cobrisse todo o cabelo, acabou por se tornar um símbolo de revolta popular.

DMC (JSD/PMC) // RBF

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