"Antes da saída [em fuga dos ataques], o município tinha 62.390 mil habitantes" e já tinha água para todos "24 sobre 24" horas, mas os terroristas, "destruíram as bombas, destruíram a rede domiciliária, destruíram as fontenárias", disse Vicente Alfandega, porta-voz da autarquia.

A rede "quase estava nova antes da invasão", está a fazer-se uma "recuperação gradual" e, como os que regressaram, 57.475 mil habitantes, são menos do que os que havia antes, "arranjar os pequenos sistemas poderá suprir a situação" acrescentou a mesma fonte.

O porta-voz da edilidade de Mocimboa da Praia, garantiu que, para inverter o cenário, a edilidade está a mobilizar parceiros de cooperação para financiarem a reabilitação, incluindo a construção de 25 fontenárias em cinco novos bairros de expansão.

"O que o município está a fazer é conseguir parceiros para reabilitar aquilo que foi estragado pelos terroristas, e conseguimos apoio do Comité Internacional da Cruz Vermelha, porque neste momento está em estado obsoleto" concluiu.

Mocimboa da Praia foi o primeiro palco, a 5 de Outubro de 2017, da insurgência armada no norte de Moçambique, na província de Cabo Delgado, com alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

A insurgência levou a uma resposta militar desde julho de 2021 com apoio do Ruanda e da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), libertando distritos junto aos projetos de exploração do gás, mas surgiram novas vagas de ataques a sul da região e na vizinha província de Nampula.

O conflito já fez um milhão de deslocados, de acordo com Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), e cerca de 4000 mortes, segundo o projecto de registo de conflitos, ACLED.

RICE // ANP

Lusa/Fim