O Movimento Fim ao Fóssil juntou mais de um milhar de assinaturas para exigir ao Governo português medidas claras de combate às alterações climáticas, em participar com um corte drástico das emissões de gases com efeitos de estufa.
"A menos que vocês atendam esta reivindicação, no final de abril de 2025 os estudantes sairão das aulas e iniciarão um período de duas semanas de paralisação das escolas", escreveram os autores, na carta entregue.
"Entendemos isto como uma ação legítima e necessária para alcançar esta reivindicação".
Ao som de músicas de intervenção e com cartazes com frases como "oh senhor primeiro-ministro explica lá porque é que em dezembro faz calor?" ou "Resistência estudantil pelo fim do fóssil", os estudantes recordaram que 2023 "foi o ano com as maiores emissões de combustíveis fósseis alguma vez registadas" ao mesmo tempo que a "ciência é clara: temos até ao final desta década para evitar um ponto sem retorno, em que a crise climática se tornará irreversível".
"Vamos avançar para a paralisação das escolas na primavera, caso o Governo não se comprometa com o fim dos combustíveis fósseis até 2030", afirmou à Lusa Leonor Chicó, 19 anos, estudante de antropologia.
"Neste momento, o nosso Governo tem um plano de corte de emissões de 55 por cento até 2030, quando a ciência nos diz que temos de fazer um corte de 85 por cento para evitar o colapso climático", disse Leonor Chicó.
Sem isso "vamos viver em permanente catástrofe climática, que vai conduzir ao colapso das civilizações como as conhecemos hoje, com alterações sociais irreversíveis", avisou a ativista.
Já a estudante do ensino secundário Fernanda Pimentel, 16 anos, criticou a inação dos políticos.
"Eles podem saber muitas coisas, mas não têm feito nada. Todos os planos que o nosso Governo tem vão-nos levar ao colapso climático. Falam muito sobre o tema, mas não estão a tratar o assunto como uma crise real, a crise climática é uma crise que temos de enfrentar", disse a estudante.
Para os ativistas, a crise climática aproxima-se de um ponto de não retorno que, se ultrapassado, irá levar à morte de milhões.
"Os prazos da ciência são inequívocos, a escolha é entre o Fim ao Fóssil até 2030 ou um mundo em colapso para herdarmos", reforçou Leonor Chicó.
PJA // FPA
Lusa/Fim
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