
Segundo a estação de televisão iemenita Al Masirah, um porta-voz do movimento rebelde apoiado pelo Irão afirmou num breve alerta que esta vaga de bombardeamentos visava desde o início da manhã o distrito de Tuhayta, a sul da cidade estratégica de Al-Hudeidah, no Mar Vermelho.
Segundo a agência EFE, esta é a maior vaga de ataques das forças norte-americanas a um único distrito controlado pelos Huthis desde que Washington lançou uma campanha aérea contra o grupo xiita, a 15 de março, para minar as suas capacidades militares e dissuadi-lo de lançar ataques à navegação comercial no Mar Vermelho.
Os ataques em Tuhayta surgem no meio de relatos de que as forças governamentais iemenitas e os grupos aliados poderão tentar tomar a cidade estratégica aproveitando a cobertura aérea norte-americana.
As chamadas Forças Conjuntas, um grupo de fações armadas anti-Huthis apoiadas pelos Emirados Árabes Unidos (EAU), estão do outro lado de Tuhayta.
Estas forças relataram os ataques no seu site e indicaram que os bombardeamentos americanos visavam locais e quartéis controlados pelos rebeldes em diferentes partes de Tuhayta, concentrando-se nas linhas de frente' perto das posições do grupo pró-governo.
"Os ataques foram seguidos por explosões sucessivas que abalaram a área, provavelmente causadas por ataques a depósitos de armas Huthis", de acordo com o movimento armado.
Os ataques ocorrem "numa altura em que os distritos do sul da província testemunharam movimentos significativos dos Huthis nas últimas semanas, incluindo o envio para as áreas de combate de numerosos reforços militares compostos por centenas de combatentes e veículos", adiantaram as Forças Conjuntas.
Os Huthis "continuaram a intensificar a colocação de minas terrestres em áreas próximas das linhas de frente ao sul de Al Hudeidah", referiram ainda.
Nos últimos meses, os Huthis reforçaram as suas fortificações a sul de Al-Hudeidah para contrariar qualquer possível ataque terrestre das forças pró-governamentais para retomar a cidade portuária, um dos locais mais estratégicos nas mãos dos rebeldes.
O grupo xiita do Iémen e pró-iraniano iniciou ataques contra a navegação comercial na região do Mar Vermelho em novembro de 2023, para prejudicar economicamente Israel, em alegada solidariedade com o Hamas na guerra na Faixa de Gaza, ao mesmo tempo que lançou dezenas de ataques diretos contra território israelita.
As ações dos Huthis no Mar Vermelho e no Golfo de Aden, uma região vital para a navegação comercial global, levaram ao início de campanhas de bombardeamento no Iémen por parte dos Estados Unidos e do Reino Unido.
No domingo, os bombardeamentos aéreos dos Estados Unidos na capital do Iémen provocaram pelo menos 12 mortos e 30 feridos, no centro da capital Sana, segundo o Ministério da Saúde Huthi num comunicado citado pela agência de notícias oficial dos rebeldes Saba.
No sábado à noite, pelo menos três pessoas morreram e outras quatro ficaram feridas em ataques aéreos norte-americanos contra a capital iemenita.
O exército norte-americano anunciou na quinta-feira que tinha bombardeado e destruído o porto de Ras Issa, controlado pelos Huthis.
O Comando Central dos Estados Unidos (Centcom) indicou em comunicado que destruiu o porto de combustível de Ras Issa, controlado pelos rebeldes, acusados por Washington de usar estas instalações para vender combustível e financiar as suas operações.
No ataque ao porto de Ras Issa morreram pelo menos 74 pessoas e outras 171 ficaram feridas, de acordo com o Ministério da Saúde dos Huthis.
Os Huthis integram o chamado "eixo de resistência" liderado pelo Irão contra Israel, de que fazem parte outros grupos radicais da região, como o Hezbollah libanês e os palestinianos Hamas e Jihad Islâmica.
PDF (JRS/PL)// RBF
Lusa/Fim
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