
"Andam para aí a falar do passado, a contar histórias. O KHUNTO quer falar do futuro, do futuro do povo. Deixem de inventar, não fomentem o ódio", disse José Naimori, conselheiro máximo do Kmanek Haburas Unidade Nacional Timor Oan (KHUNTO) num comício do partido em Díli.
Perante milhares de militantes a envergar o verde que domina as cores do partido, Naimori deixou mensagens emocionadas, rejeitando acusações contra o KHUNTO e os jovens do grupo de artes marciais KORKA, que apoia o partido.
"Peço a paz e que não haja ataques entre jovens. O juramento do KHUNTO é em nome dos lulik [chefes tradicionais] e dos mortos. Um juramento por Timor. As artes marciais não são para estragar os jovens", disse perante crescentes críticas sobre a ação de grupos de artes marciais no país e crescente influência política.
Naimori disse que o partido tem um projeto para o país, que passa por explicar bem aos jovens que se deve "implementar uma política orientada para contribuir para a paz e o desenvolvimento do país, para melhorar a vida do povo e não para conflitos".
Atualmente com cinco assentos no parlamento, o KHUNTO mostra-se confiante em mais do que duplicar a representação parlamentar, com Naimori a afirmar que depois das eleições ninguém conseguirá governar sem o seu partido.
"Tenho confiança no KHUNTO. Sem o KHUNTO ficam à rasca", afirmou.
Apesar de concorrerem sozinhos, os três partidos do Governo -- KHUNTO, Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin) e Partido Libertação Popular (PLP) -- assinaram um acordo pré-eleitoral que garante a manutenção da plataforma, pós eleições, para governar.
Entre os candidatos do partido, em oitavo na lista, está o advogado Manuel Tilman, que já liderou o partido histórico timorense KOTA, ex-candidato presidencial e que agora se coloca ao lado do partido, cujo líder, Naimori, defendeu em tribunal, no passado.
"Esta geração quer criar a estabilidade. Esta geração fundamentalmente veio de grupos de artes marciais. Neste momento o líder quer criar a estabilidade e a unidade nacional", afirmou à Lusa.
"Só a paz e a estabilidade é que podem criar a unidade nacional e, com a unidade nacional, conseguir o desenvolvimento para toda esta juventude, que é o futuro de Timor-Leste", sublinhou.
Tilman rejeitou as acusações de que as artes marciais são responsáveis por violência e instabilidade no país, garantiu que os propósitos do KHUNTO são exatamente o contrário e criticou os líderes históricos de outros partidos que pretendem continuar a falar do passado.
"Todos os que foram e estão agora nesta campanha querem todos olhar para o passado, são eles os veteranos, são eles os heróis. Não é bem assim", afirmou.
O comício decorreu no recinto de Tasi Tolu que nos próximos dias, na reta final da campanha, é o palco escolhido para os maiores comícios das principais forças políticas.
Estão previstos para o mesmo local comícios do Partido Democrático (PD), do PLP, da Fretilin e do Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT).
A campanha termina em 18 de maio.
ASP/JMC // VM
Lusa/Fim
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