
De acordo com informação divulgada hoje pela Gemfields, que detém 75% da mina moçambicana, o último leilão de rubis de qualidade mista decorreu de 03 a 18 de junho e dos 97 lotes, compreendendo 217.044 quilates, colocados à venda em Banguecoque, foram vendidos 94.
"Este leilão assinala o 10.º aniversário desde o primeiro leilão de rubis da Montepuez Ruby Mine [MRM], em Moçambique, realizado pela Gemfields em junho de 2014. Temos o prazer de anunciar mais um forte resultado, demonstrando a confiança que os clientes fiéis têm na nossa oferta de produtos e plataforma de leilões", afirmou o diretor executivo de produção e vendas da Gemfields, Adrian Banks, citado na mesma informação.
"Embora os resultados dos leilões não devam ser diretamente comparados, a nossa equipa orgulha-se de ter ultrapassado o marco de um preço médio de venda de 300 dólares [281 euros] por quilate neste leilão", acrescentou.
Desde junho de 2014, segundo a Gemfields, foram realizados 22 leilões de pedras preciosas da MRM, que geraram uma receita total de 1.120 milhões de dólares.
"Embora a indústria esteja atualmente a enfrentar alguns ventos contrários decorrentes, em parte, de um abrandamento na China, esperamos que este resultado proporcione um bom conforto a outras partes interessadas no nosso setor", acrescentou Adrian Banks.
Os rubis brutos foram extraídos pela Montepuez Ruby Mining Limitada, detida a 75% pela Gemfields e 25% pela moçambicana Mwiriti Limitada, e as receitas deste último leilão "serão integralmente repatriadas para a MRM, em Moçambique, sendo todos os 'royalties' devidos ao Governo da República de Moçambique pagos sobre o preço total de venda alcançado no leilão", refere a empresa.
A MRM é uma empresa moçambicana que opera no depósito de rubis de Montepuez, localizado no nordeste de Moçambique, na província de Cabo Delgado, abrangendo aproximadamente 33.600 hectares.
"Acredita-se que seja o depósito de rubis mais significativo recentemente descoberto no mundo", refere uma informação anterior da empresa, que garante ter criado localmente mais de 1.500 postos de trabalho, 95% dos quais para moçambicanos, sendo 65% oriundos de Cabo Delgado.
A produção de rubis em Moçambique caiu 55% no primeiro trimestre, em termos homólogos, para 252,6 mil quilates, devido a problemas na maior mina nacional, segundo dados da execução orçamental noticiados em maio pela Lusa.
"Apresenta um baixo desempenho, situado em 8% em relação ao plano anual e um decréscimo da produção na ordem de 55% em relação ao período homólogo", lê-se no relatório de execução orçamental de janeiro a março, do Ministério da Economia e Finanças.
A produção global de rubis em Moçambique já tinha recuado no ano de 2023, para 2,7 milhões de quilates, contra 4,2 milhões de quilates em 2022 e cinco milhões de quilates em 2021.
Nos primeiros três meses de 2024, a produção recuou para 252.665 quilates de rubis, contra 567.463 quilates no mesmo período de 2023.
"Este resultado deveu-se em grande medida aos baixos níveis de produção da maior produtora deste mineral, associando a avaria no equipamento produtivo e aos ataques ocorridos à sua mina nos últimos tempos", lê-se no relatório.
PVJ // JMC
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