
A exortação das confissões religiosas foi tornada pública hoje pelo padre António Mbombo, vigário episcopal da diocese de Bissau, numa cerimónia num hotel de Bissau, que contou com as presenças de chefes muçulmanos e da igreja evangélica.
Na declaração conjunta para a paz e coesão por ocasião das eleições legislativas de 04 de junho, António Mbombo afirmou que, embora os líderes religiosos não tenham como missão intervir na política partidária, sentem-se "na obrigação de dizer uma palavra" aos cidadãos guineenses.
"Nós não somos atores políticos partidários, mas temos uma palavra a dizer devido à nossa dimensão ética e social, pelo que não podemos fugir à nossa responsabilidade perante a nossa missão com o povo", consideou o porta-voz dos líderes religiosos naquela cerimónia.
António Mbombo disse ser entendimento dos líderes religiosos guineenses que os cidadãos estão com "muita expectativa" sobre as próximas eleições, embora, comentou, estejam "com a confiança frustrada" devido "às muitas promessas não cumpridas das campanhas eleitorais passadas".
"Apesar de tudo, consideramos as eleições de 04 de junho como um acontecimento importante e de grande significado para a nossa terra", enfatizou o porta-voz dos religiosos, apelando para que a campanha decorra num ambiente de tolerância e paz.
Os líderes religiosos pediram também aos partidos e coligações eleitorais que se abstenham de discursos que possam incitar ao ódio e à violência e que desencorajem os seus apoiantes a terem as mesmas atitudes.
Exortaram ainda a classe política a não divulgar os resultados eleitorais antes dos órgãos competentes e pediram igualmente moderação, contenção e decoro nos debates públicos.
Eventuais contenciosos eleitorais devem ser resolvidos na justiça, lembraram ainda.
Os líderes religiosos guineenses instaram as instâncias de controlo do processo eleitoral à observância da lei para garantir a integridade e a verdade das urnas, o que, dizem, passa por tratamento igualitário de partidos e coligações.
Às forças de defesa e segurança, apelaram à equidistância do jogo político, à imparcialidade, ao zelo e ao respeito pelos direitos e liberdades fundamentais dos candidatos a deputados e dos eleitores.
Duas coligações e 22 partidos entregaram no Supremo Tribunal de Justiça candidaturas às eleições legislativas de 04 de junho na Guiné-Bissau, cuja campanha eleitoral decorre entre 13 de maio e 02 de junho.
MB // JH
Lusa/Fim
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