De acordo com um comunicado hoje divulgado, o primeiro trimestre deste ano "começou com boas perspetivas, com a pandemia a entrar numa fase endémica".

"No entanto, desde meados de fevereiro, o conflito na Ucrânia tem vindo a afetar a confiança do consumidor e a trazer alguns desafios adicionais aos negócios. Neste contexto, o volume de negócios consolidado registou um desempenho sólido e positivo, com um aumento de 5% em termos homólogos para 1,7 mil milhões de euros, o melhor primeiro trimestre de vendas da Sonae, com destaque para o desempenho da MC e da Zeitreel", referiu o grupo.

No caso da MC, dona do Continente, "o volume de negócios total cresceu 3,8% em termos homólogos, para 1.294 milhões de euros, com um LfL [comparável, do inglês 'like-for-like'] de 2,2%, sustentado sobretudo pelos formatos não alimentares, que recuperaram das restrições de confinamento do ano passado e capturaram a melhoria do consumo não doméstico, e pela inflação dos produtos alimentares que atingiu 5% no 1T22 [primeiro trimestre de 2022]", referiu.

Por sua vez, o EBITDA (resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações) subjacente do grupo "melhorou 9,7% em termos homólogos no 1T22, para 121 milhões de euros, principalmente devido à recuperação do negócio de moda", indicou o grupo.

Assim, "este desempenho operacional positivo, juntamente com uma contínua recuperação dos negócios consolidados pelo método de equivalência patrimonial e a mais-valia de transação de portefólio, conduziu a um crescimento de 17,2% do EBITDA consolidado, para 149 milhões de euros, apesar do aumento adicional significativo dos custos de energia de cerca de 20 milhões de euros".

"Face ao forte desempenho operacional e ao sucesso na gestão do portefólio, o resultado líquido da Sonae (atribuível a acionistas) atingiu 42 milhões de euros, uma melhoria significativa face ao 1T21", destacou.

De acordo com a Sonae, "apesar do contexto económico desafiante, do efeito desfavorável de calendário da Páscoa e de um comparável exigente, a MC registou novamente um conjunto de resultados sólidos no 1T22, continuando a ganhar quota de mercado, beneficiando de melhores níveis de perceção dos clientes".

A Sonae indicou ainda que "este desempenho sólido foi particularmente positivo considerando o ambiente macroeconómico e comercial, sobretudo desde meados de fevereiro com o início da guerra na Ucrânia", indicando que "as vendas 'online' duplicaram face aos níveis pré-pandemia, atingindo 3,2% do volume de negócios total no 1T22 e situando-se num caminho de consolidação natural das taxas excecionalmente altas dos últimos dois anos".

Por outro lado, no caso da Worten, "após dois anos consecutivos de crescimento significativo, o mercado de eletrónica em Portugal contraiu no 1T22, sobretudo devido ao contexto pandémico no 1T21, o qual beneficiou, de forma acentuada, o canal 'online' e impulsionou as vendas de produtos informáticos".

Além disso, o 1T22 "foi também caracterizado por um inverno menos rigoroso que limitou a procura de categorias sazonais. Este contexto desfavorável do mercado de eletrónica e da reorganização da oferta em Espanha Continental contribuíram para uma redução do volume de negócios de 4,1% para 261 milhões de euros no 1T22 (contrastando com um crescimento LfL de +29,3% reportado no 1T21)", lê-se, na mesma nota.

Para a Sonae Sierra, que gere centros comerciais, "o início de 2022 apresentou sinais positivos de recuperação".

"Após dois anos desafiantes, com a pandemia a impor várias semanas de encerramento dos centros comerciais, a Sierra conseguiu registar melhorias nos seus indicadores-chave de desempenho operacional que continuaram a convergir para níveis pré-pandemia", indicou, salientando que "o portefólio europeu da Sierra registou uma maior taxa de ocupação (96,9%, +0,6 p.p. em termos homólogos) e as vendas LfL dos lojistas aumentaram mais de 90% em termos homólogos até ao final do 1T22, com uma recuperação significativa em todos os países, nomeadamente em Portugal após o encerramento dos centros comerciais durante 2,5 meses no 1T21", referiu o grupo.

Assim, "numa base contabilística proporcional, o resultado líquido total [da Sierra] atingiu 9,8 milhões de euros no final do 1T22, +6,6 milhões de euros quando comparado com o 1T21".

Por outro lado, "no negócio de moda, o 1T22 caracterizou-se por uma recuperação clara, com a Zeitreel a conseguir regressar aos níveis de vendas do 1T19, após dois anos muito difíceis para a indústria da moda, afetada pelas restrições da pandemia", com um "volume de negócios consolidado de 96 milhões de euros, +57% em termos homólogos quando comparado com o 1T21 (+88% LfL), o que representa uma recuperação sólida em todas as marcas e canais chave".

ALYN // CSJ

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