Numa carta dirigida a Ursula von der Leyen, datada de 25 de julho e tornada hoje pública, o chefe de Estado francês considera que Thierry Breton poderá, "em virtude das suas qualidades", "continuar a exercer de forma independente as importantes responsabilidades" que lhe serão confiadas.

Thierry Breton ocupa desde 2019 o cargo de Comissário para o Mercado Interno, uma vasta pasta que inclui o digital e a indústria, tendo-se estabelecido como uma figura-chave na Comissão ao combater o abuso de poder dos gigantes do setor tecnológico.

À margem da última cimeira europeia em Bruxelas, no final de junho, após as eleições europeias, Emmanuel Macron anunciou a sua intenção de renomear Thierry Breton para o cargo, sem chegar a designá-lo formalmente.

Na altura, França estava em campanha para as eleições legislativas antecipadas e o partido de extrema-direita, União Nacional (Rassemblement National, RN na sigla em francês), que surgia então como favorito nas sondagens, contestou a prerrogativa de Macron de nomear o comissário europeu, argumentando que deveria caber ao primeiro-ministro eleito nas urnas.

No final, o RN não ganhou as eleições, mas não surgiu uma maioria clara, pelo que o Presidente francês ainda não nomeou um governo para substituir o executivo demissionário do primeiro-ministro Gabriel Attal, que ficou a tratar dos assuntos correntes pelo menos até ao fim dos Jogos Olímpicos de Paris, que terminam em 11 de agosto.

 

MYCO // SCA

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