
"Vamos atacar todos os locais e alvos do regime dos 'ayatollahs'", disse Benjamin Netanyahu, referindo-se a Ali Khamenei, líder supremo da República Islâmica.
Num vídeo distribuído pelo gabinete do primeiro-ministro, o chefe do Governo reclamou que as forças israelitas infligiram "um golpe duro ao programa nuclear" iraniano, desde o lançamento, na sexta-feira, do ataque maciço ao Irão.
"Atacámos a instalação de conversão, essencial para a utilização de bombas nucleares", bem como "a principal equipa de cientistas que lidera estes projetos", referiu.
"E isso sem dúvida atrasa-os, e pode atrasá-los por muitos anos. Tudo isso já foi feito. Mas há outras coisas que faremos e, naturalmente, não posso entrar em detalhes", mencionou.
Na mesma mensagem, Netanyahu prometeu que os caças israelitas voltarão a sobrevoar "em breve" o espaço aéreo da capital iraniana.
"Abrimos caminho para Teerão. Num futuro muito próximo, verão aviões israelitas, a Força Aérea Israelita, os nossos pilotos a sobrevoar os céus de Teerão", afirmou.
Netanyahu indicou que Israel ataca uma "dupla ameaça" no Irão: a produção de armas nucleares e de mísseis balísticos.
Segundo o primeiro-ministro israelita, o Irão pretende desenvolver 20.000 mísseis balísticos para "destruir o Estado de Israel".
"Não podemos permitir que desenvolvam capacidade de produção para 20.000 mísseis, por isso tomámos medidas para a destruir, e é isso que as Forças de Defesa de Israel estão a fazer agora", acrescentou.
"O que sentiram até agora não é nada comparado com o que sentirão nos próximos dias. Estamos a trabalhar arduamente para eliminar uma dupla ameaça ao Estado de Israel", afirmou Netanyahu.
Em relação às três vítimas mortais em Israel causadas por mísseis iranianos, indicou que "precisamente quando há baixas", os israelitas devem "hastear a bandeira".
"Partilho a dor das famílias e peço novamente: ouçam as instruções do Comando da Frente Interna, elas salvam vidas", recomendou.
O primeiro-ministro indicou que fala diariamente com líderes que lhe transmitem "uma profunda admiração tanto pela capacidade de decisão e determinação do Estado de Israel como pelas grandes conquistas".
"Estamos numa batalha crucial pela nossa existência, lutaremos até alcançarmos a vitória", concluiu.
Israel começou a bombardear o Irão por volta das 03:00 (00:30 em Lisboa) de sexta-feira, apontando os avanços no programa nuclear da república islâmica e a ameaça que a fabricação de mísseis balísticos representa para o país.
Desde então, Israel atacou infraestruturas militares, como sistemas de defesa aérea e armazéns de mísseis balísticos, mas também altos cargos da Guarda Revolucionária Iraniana ou cientistas nucleares.
O Irão, que defende a natureza pacífica do programa nuclear, condenou os ataques israelitas como uma afronta à sua soberania nacional.
O número oficial de vítimas da ofensiva israelita ascende até agora a 78 mortos e 320 feridos, segundo adiantou na sexta-feira o representante do Irão nas Nações Unidas, Saeed Iravani.
Em Israel, os lançamentos de mísseis iranianos (até agora quatro ataques entre a tarde de sexta-feira e a madrugada de hoje) causaram três mortos em Telavive e mais de 70 feridos.
JH // EJ
Lusa/Fim
Comentários