Os equipamentos de alta tecnologia digital foram fornecidos no âmbito do projeto de preservação da memória nacional para a paz sustentável da Guiné-Bissau, que conta com o apoio técnico e financeiro do Programa da ONU para o Desenvolvimento, através do Fundo de Consolidação da Paz das Nações Unidas.

"Com este equipamento ficamos comprometidos em criar uma biblioteca digital para o Estado da Guiné-Bissau", afirmou Iaguba Djaló, diretor-geral da Biblioteca Nacional e presidente da Associação Guineense de Documentalistas, Arquivistas e Bibliotecários.

No conflito político-militar, que decorreu na Guiné-Bissau entre junho de 1998 e abril de 1999, grande parte do acervo documental e arquivos históricos de várias instituições públicas foram destruídos.

"A recuperação dessa memória tem de ser acompanhada pela nova tecnologia e estes equipamentos vão preencher essa lacuna", disse.

Segundo Iaguba Djaló, os novos equipamentos vão permitir digitalizar 120.000 documentos, 3.000 imagens fotográficas, 8.000 filmes em negativo e 4.000 microfilmes.

"É um trabalho árduo e difícil de limitar no tempo porque depende de dois aspetos", disse o diretor-geral da Biblioteca Nacional da Guiné-Bissau.

Iaguba Djaló disse que depende da existência de recursos humanos "bem treinados e bem motivados" e meios financeiros e de transporte.

"Outro aspeto é a preservação dos documentos, porque vivemos num país tropical com temperatura e humidade excessivas que são prejudiciais para a matéria orgânica", disse.

Nesse sentido, Iaguna Djaló sugere uma reabilitação do edifício para que sejam criadas condições para preservar os documentos.

"Desde que haja vontade política, a missão será cumprida", disse, referindo-se à presença de vários membros do Governo na cerimónia de apresentação dos novos equipamentos.

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