"Faço um apelo aos meus irmãos, às autoridades da Federação Russa, para que a iniciativa do Mar Negro seja restabelecida e os cereais possam ser transportados em segurança", disse Francisco, no final da oração do Angelus, na Praça de São Pedro.

O Papa voltou a pedir orações pela martirizada Ucrânia "onde a guerra destrói tudo, até os cereais" e considerou que "esta é uma grande ofensa a Deus, porque os cereais são o Seu dom para alimentar a humanidade, e o grito de milhões de irmãos e irmãs famintos sobe ao céu".

A 17 de julho, Moscovo suspendeu o acordo de exportação de cereais através do Mar Negro a partir dos portos ucranianos, inicialmente assinado em julho de 2022 com a mediação da Turquia e da ONU.

Assegurou que o fazia pela impossibilidade de exportar os seus cereais e fertilizantes, pelo bloqueio dos seus pagamentos bancários e o congelamento dos seus ativos no estrangeiro.

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, exortou a Rússia a retomar a aplicação dos acordos relativos ao Mar Negro e instou a comunidade mundial a manter-se unida nos esforços para encontrar soluções eficazes, durante a abertura da Cimeira dos Sistemas Alimentares da ONU, na semana passada em Roma.

Na mesma mensagem após a homilia na Praça de São Pedro, o Papa Francisco condenou duramente o tráfico de seres humanos, classificando-o como "um crime que transforma as pessoas em mercadoria".

Francisco recordou que hoje é o dia contra o tráfico de seres humanos promovido pelas Nações Unidas e considerou que este "crime que transforma as pessoas em mercadoria" é "uma realidade terrível que afeta demasiadas pessoas, crianças e mulheres".

"Há tantas pessoas a serem exploradas. Todas a viver em condições desumanas, a sofrer a indiferença, descartadas pela sociedade. Há tanto tráfico no mundo de hoje. Deus abençoe aqueles que se esforçam por lutar contra o tráfico", acrescentou na sua mensagem.

Neste dia, a ONU apelou também aos governos, às forças da ordem e à sociedade civil para que reforcem a prevenção, a identificação e o apoio às vítimas, advertindo que as crises globais, os conflitos armados e a emergência climática estão a aumentar o risco de tráfico.

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