Em agosto, o Canadá impôs uma sobretaxa de 100% às importações de veículos elétricos chineses, bem como uma tarifa de 25% sobre o aço e o alumínio do gigante asiático, que entraram na terça-feira em vigor.

O Ministério do Comércio da China anunciou a apresentação da queixa e acusou o Canadá de "ignorar factos objetivos, normas económicas e comerciais internacionais, objeções e desânimo de muitas partes".

O comunicado divulgado no portal do ministério na Internet criticou ainda o Canadá por "insistir em seguir certos países para tomar medidas de contenção unilateral medidas contra a China", em referência aos Estados Unidos.

As tarifas do Canadá são idênticas às impostas pelos Estados Unidos para contrariar o afluxo de automóveis subsidiados por Pequim.

A China argumentou que as ações canadianas "violam os princípios da economia de mercado e da concorrência leal, prejudicam gravemente a cooperação económica e comercial normal entre as empresas chinesas e canadianas, afetam gravemente as relações económicas e comerciais entre os dois países e perturbam a cadeia industrial global e a cadeia de abastecimento".

O ministério instou o Canadá "a considerar a cooperação económica e comercial bilateral de uma forma racional e objectiva", "a respeitar os factos e a cumprir as regras da OMC" e "a não se afastar cada vez mais do caminho correto".

"A China tomará todas as medidas necessárias para salvaguardar firmemente os direitos e interesses legítimos das empresas chinesas", referiu o comunicado.

Na quarta-feira passada, a vice-primeira-ministra canadiana Chrystia Freeland disse que o país estava a ponderar seguir o exemplo dos Estados Unidos e proibir a venda de veículos conectados que incorporam tecnologias chinesas, apontando riscos para a segurança nacional.

A eletrónica está cada vez mais integrada nos automóveis modernos, que podem ser ligados a dispositivos pessoais, outros veículos, infraestruturas e aos seus fabricantes -- incluindo automóveis elétricos e automóveis autónomos.

Questionada em conferência de imprensa sobre a decisão do Departamento de Comércio dos EUA de proibir 'software' chinês nos veículos, Freeland destacou que o Canadá também tem "preocupações reais de segurança" sobre a tecnologia.

No início de agosto, Freeland indicou também que o Canadá estava a considerar impor novos impostos sobre produtos minerais críticos, baterias, produtos de energia solar e semicondutores chineses.

Também a União Europeia impôs sanções provisórias, de até 36%, sobre as importações de veículos elétricos chineses e que podem tornar-se definitivas até ao final de outubro.

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