"Os polícias foram temporariamente retirados de Zaman Park [residência de Khan] porque o número de manifestantes é elevado e os agentes não têm armas", disse à agência de notícias EFE o ministro da Informação interino da província de Punjab, Amir Mir.

A fonte afirmou que membros das forças de segurança têm sido "constantemente espancados com pedras, paus e fisgas", referindo ainda que a detenção de Khan ocorrerá "no momento certo".

Só hoje, 67 polícias ficaram feridos em confrontos com apoiantes da ex-estrela do críquete paquistanês, segundo o ministro paquistanês.

O partido da oposição Tehreek-e-Insaf (PTI, do qual Khan é o líder), denunciou que centenas dos seus apoiantes foram feridos nos últimos dois dias e o ex-primeiro-ministro também acusou, em mensagens publicadas na rede social Twitter, as autoridades paquistanesas de quererem o sequestrar e depois assassinar.

Após a retirada das forças de segurança, o PTI mostrou no Twitter imagens de Khan do lado de fora de sua residência na cidade de Lahore, no leste do país, a sorrir junto com alguns dos seus apoiantes.

Um contingente de polícias provenientes de Islamabade tentou na terça-feira deter Khan na sua residência, na cidade oriental de Lahore, após uma outra tentativa fracassada no dia 05 de março.

Os incidentes ocorreram após um tribunal paquistanês emitir novamente mandados de detenção para o líder do PTI, por não comparecer a repetidas audiências relacionadas ao caso das prendas que recebeu quando servia como primeiro-ministro e que ocultou nas suas declarações ao fisco.

A lei permite que os funcionários do governo fiquem com as prendas, desde que paguem ao Estado uma fração do seu valor, previamente avaliado pelas autoridades.

Khan também foi implicado em outros casos e faltou a várias audiências nos últimos meses, alegando problemas de saúde após sofrer ferimentos a tiro em ambas as pernas, numa tentativa de assassínio em novembro passado.

Esta recusa em comparecer diante do tribunal levou à emissão de outro mandado de detenção, do qual os advogados de Khan apelaram na terça-feira.

Khan foi destituído do seu cargo em abril após a votação de uma moção de desconfiança, que o ex-governante atribuiu a uma ação dos Estados Unidos, embora mais tarde tenha afirmado que foi o ex-chefe do Exército do Paquistão, Qamar Bajwa, que conspirou para o retirar do cargo.

CSR// APN

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