Segundo a população, os tiroteios entre as partes duraram cerca de dez horas, tendo começado pelas 05:00 (04:00 em Lisboa).

"A Força Local, travou sim um forte combate em Chai, lutou muito contra os terroristas, a situação condicionou o trânsito" disse uma fonte a partir de Macomia.

Na há informações sobre mortes entre as partes, mas as mesmas fontes disseram à Lusa que o trânsito local esteve condicionado, tendo algumas viaturas ligeiras e pesadas, que saíram dos distritos do Norte, como Mueda, Muidumbe, Mocímboa da Praia, Nanagade e Palma, recuado para aguardar a reposição das condições de segurança na estrada Nacional 380 (N380), ou recorrendo a vias alternativas.

"O meu irmão e mais outras pessoas saíram de Mueda, apanharam boleia de carro para virem cá, mas quando chegaram na aldeia Litamanda aperceberam-se que a situação não estava boa no posto administrativo de Chai, daí recuaram para Mueda", relatou outra fonte.

Considerado o local histórico onde a luta armada de libertação de Moçambique começou, o posto administrativo de Chai pertence ao distrito central de Macomia, na província de Cabo legado, situado ao longo da N380, uma das poucas asfaltadas da região.

A província de Cabo Delgado enfrenta desde outubro de 2017 uma insurgência armada com ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

Depois de vários meses de relativa normalidade nos distritos afetados a província de Cabo Delgado registou, há alguns meses, novas movimentações e ataques de grupos rebeldes, que têm limitado a circulação para alguns pontos nas poucas estradas asfaltadas que dão acesso a vários distritos.

A insurgência levou a uma resposta militar desde julho de 2021, com apoio do Ruanda, com mais de 2.000 militares, e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral, libertando distritos junto aos projetos de gás natural.

RYCE // JMC

Lusa/Fim