"Podem fazer todas as perguntas. Estão todos convidados, mas aviso que cada pergunta terá resposta adequada", afirmou Embaló.

O Presidente guineense falava aos jornalistas à margem da deposição de coroas de flores na campa de alguns heróis nacionais, na fortaleza de Amura, Quartel-General das Forças Armadas, no âmbito da visita de Estado do seu homólogo de Madagáscar, Andry Rajoelina.

Umaro Sissoco Embaló afirmou que até os jornalistas a quem foi pedido que boicotem as suas atividades estão convidados para o encontro no palácio da Presidência, em Bissau, na próxima segunda-feira.

O Sindicato dos Jornalistas e Técnicos da Comunicação Social (Sinjotecs) da Guiné-Bissau apela ao boicote das atividades de Sissoco Embaló depois de este ter respondido com palavrões a uma pergunta de um jornalista que o questionou sobre a data da realização de eleições presidenciais.

O Sinjotecs considera as declarações de Embaló "mais um triste episódio" e exortou os profissionais de comunicação social a não cobrir as suas atividades, um apelo, contudo, que não tem sido respeitado.

"Não vi o boicote que me foi feito. Vejam-me a infantilidade, a irresponsabilidade de [dizer] que se vai boicotar o Presidente da República", destacou Umaro Sissoco Embaló.

O chefe de Estado guineense disse, dias depois da exortação do Sinjotecs, que também boicotou os jornalistas e questionou a legitimidade do sindicato, atualmente dirigido por Indira Correia Baldé, da delegação da RTP-África, em Bissau.

Para Sissoco Embaló, o sindicato não pode falar em nome dos jornalistas por ser um "órgão caduco", em alusão ao facto de o mandato da atual direção estar fora de prazo.

Embaló observou que a situação do Sinjotecs também deriva do facto de o Ministério Público e do Ministério da Comunicação Social não fazerem o seu trabalho.

"Quando não se está legal, não se pode falar. A Procuradoria-Geral da República e o Ministério da Comunicação Social têm de acionar os mecanismos", afirmou Umaro Sissoco Embaló.

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Lusa/ Fim