"Estes hospitais não é da Renamo [força de oposição], não é da Frelimo [ partido no poder], é sim hospital dos moçambicanos (...)", declarou Filipe Nyusi, durante a inauguração, na terça-feira, do Hospital Distrital de Sussundenga, na província de Manica, no contexto presidencial "Um Distrito, Um Hospital".
Pelo menos 472 unidades sanitárias ficaram destruídas em consequência de eventos climáticos em Moçambique desde 2019 e outras 32 foram destruídas durante ataques terroristas que afetam, desde 2017, a província de Cabo Delgado, indicam dados oficiais avançados pelo executivo moçambicano na segunda-feira.
Além de pedir para que a população não destrua as unidades de saúde, sobretudo num contexto em que o país atravessa uma onda de protestos contra os resultados eleitorais marcadas por episódios de vandalização de edifícios públicos, o chefe de Estado moçambicano pediu que as populações não persigam oficiais de saúde.
"Em Mogovolas, na província de Nampula, estão a perseguir médicos, incluindo estrangeiros. Foram queimar centro hospitalares porque acreditavam que os médicos estavam a trazer cólera (...) Não queremos estas coisas. É melhor defendermos as nossas conquistas e uma delas são os nossos enfermeiros e médicos"., acrescentou.
Segundo dados oficiais, Moçambique agora fornece cobertura hospitalar direta a pelo menos 4,4 milhões de pessoas, tendo o rácio populacional para cada unidade hospitalar descido de 17.514 utentes, em 2019, para 16.393 para uma unidade de saúde em 2024.
De acordo com o executivo moçambicano, no contexto da iniciativa presidencial "Um Distrito, Um Hospital", de 2019 para 2023, reduziu-se de 12 para 10 quilómetros a distância percorrida nas zonas rurais até chegar a uma unidade sanitária.
Na contestação ao processo eleitoral moçambicano, que se prolonga desde 21 de outubro, liderada pelo candidato Venâncio Mondlane, que não reconhece os resultados, já morreram quase 300 pessoas e perto de 600 foram baleadas e várias instituições públicas e privadas foram vandalizadas.
EAC (PYME) // VM
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