
"Eu tenho andado a falar disso há muito tempo e, finalmente, até da viva voz do Presidente da República temos esta realidade. Toda a discussão acerca de quem é que fica em primeiro é uma discussão completamente espúria, a discussão essencial é, e o senhor Presidente da República agora diz-nos isso, a governabilidade, quem é que assegura condições de governabilidade", disse Rui Tavares no final de uma visita ao Instituto Politécnico de Setúbal.
Para o dirigente do Livre, tem que haver uma responsabilização para o funcionamento da democracia que implica ver quem é que tem mais deputados e quem é que pode ter a maioria mais coerente e mais consistente e, quem não o tiver, deixar governar em funções plenas um novo governo.
Rui Tavares considerou que o que o Presidente da República tenta evitar é uma situação em que é indigitado o primeiro-ministro do partido mais votado mas, no parlamento, o seu programa é rejeitado, ficando o governo em gestão até março do ano seguinte.
E acrescentou: "Mais do que isso, tem que vir o próximo ou a próxima Presidente da República e, depois, tem que se marcar as eleições e ficamos um ano a marcar passo com muita coisa importante a acontecer no mundo e Portugal a não conseguir implementar políticas".
Na quinta-feira, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que quer nomear um Governo com a certeza de que o respetivo programa será viabilizado no parlamento, o que considerou ser "a questão fundamental" nesta matéria.
"O alerta do senhor Presidente da República é essencial, o que estamos aqui a discutir não é quem é que sai em primeiro. Isso é o que vamos discutir no sábado e, depois, no outro fim de semana no campeonato nacional de futebol, mas isto não é a super liga, chama-se parlamentarismo", insistiu.
Em sua opinião, para haver condições de governabilidade os partidos têm de pôr os olhos na atual realidade política e, neste momento, há três blocos que assumem poder governar em conjunto, um à esquerda, outro à direta democrática e, por fim, a extrema-direita com quem toda a gente diz que não governa.
"Se não governa com ela, a extrema-direita só governará se tiver uma maioria absoluta", frisou.
Sobra, desta forma, o bloco da esquerda e o bloco da direta democrática, apontou.
"Ainda pode acontecer como nas últimas eleições e a esquerda ter mais deputados do que a direita democrática", concluiu.
SVF // SF
Lusa/Fim
Comentários