![Scholz critica mudanças de Merz e este culpa-o por desastre económico](/assets/img/blank.png)
As acusações foram feitas no parlamento, que hoje se reuniu pela última vez antes das eleições legislativas, marcadas após a queda, em novembro, da coligação governamental liderada por Scholz devido a uma disputa sobre como revitalizar a economia da Alemanha.
As sondagens dão a liderança ao bloco de centro-direita União Democrática Cristã, de Merz, com os sociais-democratas de centro-esquerda, de Scholz, muito atrás e a mostrarem poucos sinais de poderem diminuir a diferença.
Além disso, as sondagens colocam o partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha, ou AfD, em segundo lugar.
Scholz disse aos deputados que a sua coligação governamental enfrentou enormes desafios com a invasão da Ucrânia pela Rússia e a consequente crise energética e inflação.
Apontando para as "irritações" causadas pelas decisões de política externa do Presidente dos EUA, Donald Trump, e pelo seu anúncio de aumento das tarifas sobre o aço e o alumínio, Scholz considerou que "o vento está a soprar na cara [dos alemães] neste momento" e que "isso não vai mudar radicalmente nos próximos anos".
Em tempos "tão difíceis", defendeu, o que importa é uma "liderança forte, nervos fortes e um rumo claro e não a inconstância e o falar alto", referindo as "constantes reviravoltas" de Merz em relação à Ucrânia e aos refugiados daquele país.
Merz, por sua vez, garantiu que Scholz e o vice-chanceler, Robert Habeck, do Partido Verde ambientalista, que também se candidata ao cargo mais alto, o faziam lembrar "dois gestores que levaram a empresa à falência e depois foram ter com os proprietários e disseram que gostariam de continuar da mesma forma durante mais quatro anos".
O candidato lembrou que a economia da Alemanha está a encolher pelo terceiro ano consecutivo e que o Governo está a deixar para trás "um desastre total" no mercado de trabalho.
"O que ouvimos de si é... 'Fiz tudo bem, só que todos os outros não compreenderam a sabedoria e a inteligência deste chanceler'", ironizou Merz.
Os dois adversários apresentaram planos contrastantes para estimular a economia alemã e lidar com a migração irregular.
Sobre este último tema, Scholz voltou a acusar Merz de "jogo irresponsável" e de quebrar um tabu quando apresentou uma moção não vinculativa pedindo ao parlamento que a entrada nas fronteiras da Alemanha fosse recusada a muito mais migrantes, o que foi aprovado por uma pequena maioria graças aos votos da AfD --- uma novidade na Alemanha do pós-guerra.
Merz voltou a insistir que não há "nenhuma dúvida" de que o seu partido trabalhará com a AfD e disse que o próximo Governo terá de enfrentar com sucesso os desafios da Alemanha, sob pena de os populistas de extrema-direita chegarem um dia a um resultado perto maioria.
PMC // APN
Lusa/Fim
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