A informação foi avançada pela administradora da Agência Angolana de Regulação e Supervisão de Seguros (Arseg), Filomena Manjata, no encerramento do VII Fórum sobre Seguros, promovido pelo jornal Expansão, com o tema "O impacto da nova lei na atividade seguradora -- O novo estatuto do regulador".
Filomena Manjata disse que com o montante já alcançado pode-se admitir uma taxa de crescimento em relação ao ano anterior.
Segundo a administradora, em 2021, os prémios de seguro direto atingiram o montante de 277,7 mil milhões de kwanzas (591,4 milhões de euros), representando um crescimento de aproximadamente 24,15%.
No que se refere às indemnizações pagas pelo setor, o relatório referente a 2021 informa que foi atingido o valor de mais de 102,7 mil milhões de kwanzas [219,2 milhões de euros]", representando uma taxa de sinistralidade de 37% contra os 41% do ano anterior.
"O relatório apresenta uma taxa de penetração de 0,7% em relação ao PIB [Produto Interno Bruto], sendo que cada angolano contribuiu, em 2020, com cerca de 7.000 kwanzas [14,9 euros], mas em 2021 contribuiu com cerca de 9.000 kwanzas [19,2 euros], o que nos deixa orgulhosos e esperançosos", disse.
A responsável observou que, apesar da tendência de crescimento, "ainda há um grande trabalho por fazer".
Filomena Manjata realçou que o ramo vida apresenta indicadores muito aquém da realidade internacional, inclusive da região austral africana, estando a Arseg a trabalhar afincadamente com a Administração Geral Tributária para criar um pacote regulamentar fiscal mais atrativo, que permitirá às empresas de seguro e de fundo de pensões disponibilizarem produtos para a captação de poupança de longo prazo.
De acordo com a administradora da Arseg, como em 2020, os seguros de saúde, de acidentes e de viagens continua a configurar os ramos com maior predominância na carteira de negócios das seguradoras, tendo em conjunto um peso de 49%, seguido de petroquímica, com 21%, e do ramo automóvel, com 9%.
Os dados indicam que, até setembro, os custos com sinistros já contabilizavam valores avaliados em pouco mais de 66,3 mil milhões de kwanzas (141,5 milhões de euros), o que leva a crer que o ano terminará com uma taxa de sinistralidade muito perto da registada em 2021, realçou a responsável da Arseg.
"Este crescimento é notório, não só no volume de prémios, sendo que durante o ano de 2022 foi admitida para exercício da atividade mais uma seguradora, o mercado hoje conta então com 23 seguradoras, oito entidades gestoras de fundos de pensões, que em conjunto gerem 37 fundos", destacou.
Relativamente à mediação de seguros, o setor conta com 1.450 mediadores, sendo que 1.351 operam como mediadores de pessoas singulares.
No ano passado, a mediação foi responsável por gerar pouco mais de 21 mil milhões de kwanzas (44,8 milhões de euros), enquanto os fundos de pensões registaram um crescimento sobre as contribuições de cerca de 14,8%, comparativamente ao ano anterior, e semelhante crescimento, no caso das pensões pagas, de mais de 21%, atingindo os 68,7 mil milhões de kwanzas (146,6 milhões de euros).
"E até setembro de 2022, as contribuições dos fundos já rondavam os 168,7 mil milhões de kwanzas [360,1 milhões de euros], sendo que já foram pagos até à mesma data pouco mais de 64,6 mil milhões de kwanzas [137,9 milhões de euros], sob a forma de pensões de reforma, de invalidez e de velhice", referiu.
NME // LFS
Lusa/Fim
Comentários