As vítimas são mulheres e crianças, raptadas à luz do dia, no domingo, na aldeia Quinto Congresso, ao longo da estrada EN380, no distrito de Macomia, avançou à Lusa uma fonte a partir de Macomia.
"As vítimas estavam no seio familiar, entre mães, filhos e netos, nas proximidades da aldeia, quando foram surpreendidas por este grupo", explicou a fonte.
Além de raptar as 10 pessoas, os supostos rebeldes roubaram alimentos, acrescentou a fonte.
"Levaram também carne que pertencia a três velhos caçadores da comunidade", avançou a fonte.
O cenário criou pânico entre os residentes e alguns decidiram abandonar a comunidade, refugiando-se na sede distrital, indicou à Lusa outra fonte a partir de Macomia.
Numa nota oficial, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) manifestou-se "seriamente preocupado" com o aumento de raptos de crianças por grupos rebeldes em Cabo Delgado, alertando que as vítimas são obrigadas a desempenhar funções de combate a este crime.
"O Unicef está seriamente preocupado com o recente aumento de casos de raptos de crianças por grupos armados não estatais na província de Cabo Delgado", refere-se no documento.
Segundo esta agência das Nações Unidas, as crianças que são raptadas por rebeldes têm sido obrigadas a desempenhar "funções de combate", uma "violação grave dos direitos dos menores".
"O Unicef apela à libertação imediata e entrega às autoridades civis das crianças raptadas, e à cessação imediata de raptos, recrutamento e uso de crianças, que constituem graves violações dos direitos da criança", lê-se ainda no documento da Unicef, que acrescenta que, em resposta ao aumento de casos, a agência está a "reforçar atividades de proteção das crianças em zonas afetadas".
Desde outubro de 2017, a província de Cabo Delgado, rica em gás, enfrenta uma rebelião armada com ataques reclamados por movimentos associados ao grupo extremista Estado Islâmico.
O último grande ataque deu-se em 10 e 11 de maio de 2024, à sede distrital de Macomia, com cerca de uma centena de insurgentes a saquearem a vila, provocando vários mortos e fortes combates com as Forças de Defesa e Segurança de Moçambique e militares ruandeses, que apoiam Moçambique no combate aos rebeldes.
RYCE (EAC) // VM
Lusa/Fim
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