"Quero vos dizer que, decorridos esses dez meses, a companhia TICV/BestFly já transportou cerca de 200.000 passageiros, mais do dobro do ano passado, e continuará a fazer face a muito daquilo que são as necessidades do povo cabo-verdiano", disse o ministro Carlos Santos, ao intervir na Assembleia Nacional, durante o debate sobre o Orçamento do Estado para 2023.
O ministro dos Transportes e do Turismo garantiu ainda que a companhia está a tomar medidas para melhorar o relacionamento com os passageiros e que o foco é "estabilizar" as ligações aéreas domésticas após os impactos da pandemia de covid-19.
Os voos domésticos em Cabo Verde - com quatro aeroportos internacionais e três aeródromos - eram operados desde 17 de maio de 2021 apenas pela angolana BestFly, em regime de concessão emergencial de seis meses atribuída pelo Governo cabo-verdiano. A partir de 24 de outubro, a BestFly passou a operar apenas com a Transportes Interilhas de Cabo Verde (TICV, companhia que adquiriu em julho de 2021), terminando o regime de concessão emergencial.
O grupo angolano BestFly comprou há mais de um ano 70% do capital social da TICV aos espanhóis da Binter, ficando os restantes 30% com o Estado cabo-verdiano, e concentrou as ligações aéreas domésticas apenas na TICV, que não operava voos comerciais desde 16 de maio de 2021.
Em 2020, os voos domésticos em Cabo Verde, operados então apenas pela TICV, movimentaram cerca de 125 mil passageiros, menos 286 mil (-230%) face ao ano anterior, face às restrições impostas pela pandemia de covid-19, e em 2021 subiu para 143.876 passageiros.
Os passageiros das ligações aéreas domésticas em Cabo Verde atingiram em 2017 o recorde de quase 465 mil (movimento total de 929.595 embarques e desembarques), com mais de 10.200 voos.
A Lusa noticiou anteriormente que os voos domésticos em Cabo Verde movimentaram mais de 22 mil passageiros em setembro, um aumento homólogo superior a 50%, segundo dados da Agência de Aviação Civil (AAC).
De acordo com informação da agência que regula o setor em Cabo Verde, em agosto registou-se um movimento global de 44.863 passageiros em voos domésticos, em embarques e desembarques, nos quatro aeroportos internacionais e três aeródromos do país. Como cada passageiro é contado no embarque e no desembarque (aeroportos diferentes), trata-se de um movimento equivalente a 22.430 passageiros em voos domésticos num mês.
Contudo, o mês de setembro foi condicionado pela avaria das duas aeronaves com que o grupo BestFly opera as ligações domésticas, o que obrigou ao cancelamento de vários voos.
Ainda assim, este movimento compara com os 14.679 passageiros em setembro de 2021 (+52,8%), período ainda afetado pelas restrições impostas face à covid-19, e com o recorde (desde o início da pandemia) de quase 30.000 em agosto de 2022, o mês anterior à última atualização feita pela AAC.
O desempenho em setembro ainda está longe do mesmo mês de 2019, antes dos efeitos da pandemia, quando as ligações aéreas domésticas movimentaram num mês mais de 32 mil passageiros.
Em setembro passado foram contabilizados ainda 930 voos domésticos em Cabo Verde, contra os 790 no mesmo mês de 2021.
Evidenciando a recuperação do movimento aéreo - e da procura turística -, o total de passageiros transportados em setembro passado voltou a ultrapassar também os 19.904 transportados em março de 2020, mês já parcialmente afetado pela aplicação das medidas de restrição para travar a transmissão de covid-19.
PVJ // JH
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