Lançadas durante o mês de março, para que a equipa de crise da Casa Branca comunicasse diariamente sobre a evolução da pandemia, as conferências de imprensa regulares, longas e por vezes confusas, valeram ao Presidente Trump comentários jocosos, como quando ele admitiu a possibilidade de injetar desinfetante no corpo humano, para eliminar o novo coronavírus.

"Eu fazia isso e tínhamos muita gente a assistir, com audiências recorde na história da televisão por cabo. Foi inigualável", disse hoje Trump aos jornalistas, alegando que se trata de "uma forma muito boa de informar as pessoas".

Trump foi muitas vezes criticado por tentar tirar proveito político das conferências, desviando o seu objetivo de política sanitária, tornando-as em palco para seu próprio benefício, em ano eleitoral.

"Qual é o sentido de participar em conferências de imprensa na Casa Branca quando os 'media' desonestos apenas fazem perguntas hostis e se recusam a transmitir a verdade ou os factos com precisão", tinha dito o Presidente, quando decidiu suspender esses eventos.

Agora, Trump diz que voltará a participar nessas conferências, mostrando-se entusiasmado com as possibilidades de largas audiências televisivas.

"Farei às 17:00, como sempre. Temos um bom nicho de audiências", concluiu o Presidente.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 606 mil mortos e infetou mais de 14,5 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.

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