E existem propostas de medidas futuras, anunciadas nesta pré-campanha, que só me permitem perguntar: com que dinheiro? É tão simples assim? Não se fez até agora por falta de dinheiro… não, dizem os partidos que competem entre si, não, não se fez porque ninguém quis, o Governo é que nos sufocou. Este Governo ainda em funções, claro, os outros não interessam. Existem sempre propostas, umas fazíveis, outras que ficam por concretizar, é a realidade num regime democrático em circunstâncias económicas de pouca abundância.

Os eleitores preferem não questionar, ou estão alinhados e têm palas nos olhos, ou não estão disponíveis e, para mais, há uma grande maioria cuja descrença na hipótese de melhoria é tão grande que, no dia de 10 de Março, teremos uma abstenção que será gritante e que significa isto: as pessoas não se interessam.

Cinquenta anos depois do 25 de Abril, não se valoriza o Estado, o envolvimento, a participação. Senhores, o Estado somos nós e a ignorância não nos traz nada bom. A última sondagem, esta semana, diz que a direita toda junta – com a vertente fascista e manipuladora – terá hipóteses de vencer o Partido Socialista. Só não percebe quem não quer.