Pois bem, a duas jornadas do final, Rui Vitória quebrou a maldição. Mandava a prudência não fazer festas ou reservas antecipadas, pois o outro Vitória, o de Guimarães, tem um ótimo treinador e jogadores de qualidade que estão a fazer uma das melhores épocas de sempre e, numa hipótese de “segundo match point” na última jornada, nunca se saberia o que uma final pode fazer a uma desejada Boa vista...

Mas não foi isso que aconteceu e, desde já, é justo reconhecer, esta época consagra definitivamente um Presidente, um grupo e, sobretudo, um Treinador.

Há quase dois anos, Vitória “deu à Luz” carregado de interrogações, também minhas, com a difícil tarefa de “agarrar” uma equipa que tinha ganho tudo, com as inevitáveis vendas de passes de jogadores e a programada aposta na formação, razão primeira da mudança e consequente “fuga” do anterior treinador para o nosso rival de Lisboa. Tinha tudo para ser difícil e não foi fácil, é bom lembrar. Vitória fez das aparentes fraquezas forças e, em duas épocas, pode ganhar tudo pelo Benfica (a nível nacional) e tornar-se um dos mais vitoriosos treinadores de sempre.

Tranquilo, por vezes previsível; confiante, por vezes teimoso; prudente, por vezes timorato, Vitória enfrentou esta época a pressão de provar que a época passada não foi um acaso, contornou a venda de jogadores nucleares – Gaitán, Sanches e….Guedes – e resolveu uma inusitada “praga” de lesões que afetou quase todos os jogadores do plantel. Sem desculpas. Parece ser essa a força de Vitória – não se queixar, não se distrair e fazer bem o que lhe pedem – treinar! É pouco? É muito, muito mesmo para quem tentou seis vezes o que neste sábado finalmente conseguiu e, daqui a quinze dias, ainda pode juntar mais uma Taça. A ser assim, não serão apenas duas vitórias sobre o Vitória mas, sobretudo, uma Vitória do Benfica do Rui. Quem diria, faz quase dois anos....