O mundo da tecnologia tem evoluído de forma exponencial dia após dia, trazendo consigo uma série de novas profissões para quem trabalha nesta área.
A nova oportunidade de trabalho do século XXI, e que tem vindo a ganhar cada vez mais destaque, é a de Digital Death Manager. Em português, traduzindo à letra, Gestor de Morte Digital. De acordo com a Sparks & Honey, uma empresa nova-iorquina que estuda tendências tecnológicas, esta será mesmo uma das profissões de destaque em 2025.
A verdade é que a morte é a única certeza que temos, enquanto seres humanos. No entanto, morrer não significa apenas deixar para trás um conjunto de roupas, livros e utensílios de cozinha, mas também a nossa presença online. Sempre estivemos habituados a guardar, de forma física, os nossos documentos mais importantes e que de alguma forma nos marcaram numa determinada altura da nossa vida: fotografias, postais, certificados, entre outros. Isso significa que, quando morrermos, esses materiais são relativamente acessíveis aos nossos entes queridos mais próximos, que deixamos para trás. Parece lógico. Mas e a nossa pegada digital?
Atualmente, na era da internet e da inteligência artificial, que muito se tem falado nos últimos tempos, a maior parte das informações são armazenadas na nuvem. Tudo. Desde fotos, vídeos, e-mails, documentos e até publicações em redes sociais que, aparentemente, não são de fácil acesso sem um plano devidamente planeado e estruturado. Embora possa parecer um tanto mórbido, a nossa vida digital é cada vez mais importante e, consequentemente, é necessário gerir o nosso legado digital após a morte.
É aqui que entre o papel do Digital Death Manager.
Mas, afinal, o que faz um especialista em “morte digital”?
De uma forma muito resumida, é basicamente o responsável por gerir toda a presença digital de uma pessoa após a sua morte. É importante salientar que a função deste profissional não é apenas gerir todas as informações digitais de uma pessoa após a morte, mas também ajudar a mesma a planear o seu legado digital enquanto ainda está viva. Isso inclui orientá-la sobre como organizar as suas contas online, armazenar palavras-chave de forma segura, bem como escolher alguém em quem confia minimamente para gerir as suas informações digitais.
Caberá ao Digital Death Manager prestar apoio, em primeiro lugar, na organização de todo o material partilhado online pela pessoa, e assim permitir à pessoa que tome consciência do destino a dar à sua vida digital quando deixar de a poder gerir em primeira mão. Para além disso, este profissional deve, em conjunto com a pessoa, analisar os efeitos que todos os dados digitais poderão provocar nas pessoas mais próximas, familiares e amigos, que sofrem com a sua perda e sobre as recordações deixadas como herança.
Muitos podem até questionar se é realmente necessário contratar alguém para gerir as informações digitais após a morte. No entanto, a verdade é que a nossa vida digital está cada vez mais complexa, e pode ser difícil para os nossos entes queridos aceder e organizar de forma fácil e segura.
Por curiosidade, sabia que dentro de alguns anos o Facebook terá mais contas de pessoas falecidas do que seres humanos vivos? A profissão de Digital Death Manager é uma nova e promissora carreira que veio para ficar. Com a crescente importância da nossa vida digital, torna-se cada vez mais necessário garantir que os nossos dados são administrados de forma segura e de acordo com nossa vontade.
Quer saber mais sobre as origens da Digital Death? Recomendo a leitura do livro Fantasmas Digitais que se debruça sobre este assunto, rituais fúnebres altamente tecnológicos e a herança digital que todos nós deixamos.
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