![Epilepsia, uma doença que afeta 50 milhões mas ainda muito estigmatizada](/assets/img/blank.png)
Estima-se que sejam cerca de 50 milhões, em todo o mundo, as pessoas afetadas pela Epilepsia.
A prevalência global e o impacto nos indivíduos e comunidades, levou a que a Epilepsia fosse destacada no Plano de Ação Global Intersectorial a 10 anos (2022-2031) da Organização Mundial de Saúde (OMS). Com objetivos globais de que até 2031, os países terão aumentado a cobertura dos serviços para a epilepsia em 50% em relação à cobertura em 2021; e que 80% dos países terão desenvolvido ou atualizado a sua legislação para promover e proteger os direitos humanos das pessoas com epilepsia até 2031.
O Dia Internacional da Epilepsia pretende promover a consciencialização das comunidades, aumentando os níveis de literacia sobre esta doença, e eliminar mitos e conceções erradas, muito enraizadas na população, que contribuem para o estigma e a discriminação social.
A epilepsia é uma doença tratável, e aproximadamente 70% podem ficar livres de crises com terapêutica, mas também sabemos que existem lacunas no tratamento em todos os países do mundo, e que muitas destas pessoas desconhecem o seu diagnóstico. A falta de conhecimento é um dos principais fatores que contribui para o não acesso aos cuidados de saúde, que permitiriam um diagnóstico e tratamentos adequados. Todos talvez reconheçam uma convulsão, ou crise tónico-clónica generalizada, como manifestação da epilepsia, mas a maioria desconhece a variabilidade de apresentações que as crises epiléticas podem ter.
As crises epiléticas, dependendo da área cerebral envolvida, podem apresentar-se com movimentos involuntários, mas também podem ter só sintomas mais subtis como alucinações visuais, ou sintomas psíquicos como sensação de déjà-vu. Os doentes podem não ter memória para a crise, mas também podem recordar tudo o que aconteceu durante a crise.
A falta de conhecimento afeta não só os cuidados médicos prestados individualmente, mas também, condiciona que não seja dada a devida prioridade política e dos órgãos de gestão em saúde, na alocação dos recursos necessários para organização de programas específicos que possam integrar todos os desafios inerentes à epilepsia.
A Liga Portuguesa Contra a Epilepsia tem desenvolvido várias iniciativas na tentativa de mitigar o desconhecimento associado à patologia, em Portugal. Durante o ano de 2024, promoveu, com os seus parceiros, um estudo epidemiológico para determinar a prevalência da Epilepsia em todo o território nacional, com o objetivo de identificar o número de pessoas potencialmente não diagnosticadas, de forma a potenciar uma melhor gestão da doença, no nosso país.
Os resultados deverão ser apresentados no decorrer de 2025. Ao longo dos anos, as comissões executivas, da LPCE, das diferentes regiões do país (norte, centro, sul e ilhas) têm dinamizado sessões de formação em escolas e empresas, sobre Epilepsia e como reconhecer e atuar perante uma pessoa a ter uma crise, e têm trabalhado na disponibilização de informação útil e atualizada, no site www.epilepsia.pt, assim como nas suas redes sociais.
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O episódio do podcast TOP of MIND, a sair em 24 de fevereiro, será também dedicado ao tema.
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