Ultimamente tenho visto os arautos e guardiões do sistema muito preocupado em atribuir a conotação de “Neoliberais” aos Liberais (sem aspas). Ao que era um exclusivo de comunistas e bloquistas, agora juntam-se uns quantos que viveram alapados ao sistema vigente. O intuito, é sempre o mesmo: criar um espantalho daquilo que são os liberais para combater as mais-valias, e a agora popularidade crescente, do liberalismo.
Para estas almas o melhor, portanto, será reduzir uma ideologia que se opõe a um Estado opressor e absolutista e defensora das liberdades política, social e económica e pegar apenas nesta última colocando-lhe uma etiqueta, “Neoliberalismo”, que na verdade não significa nada.
Mas o que será esse tal de Neoliberalismo para o sistema que tudo sabe? Na melhor das hipóteses consistiria no regresso das ideias liberais com adaptações ao Liberalismo económico de Adam Smith. O que é legítimo, visto que Adam Smith formulou as suas ideias no século XVIII, e a modernidade exige, ou deveria exigir, que se permita o mercado livre, nomeadamente a entrada de empresas estrangeiras e a circulação de capital estrangeiro. Os liberais são sempre contemporâneos, não se prendem em dogmas.
O sistema refere-se frequentemente aos dois grandes partidos do sistema como sendo liberais politicamente. No entanto, o PS continua a exercer influência directa não só sobre a escolha de alguns representantes do povo, como de várias funções de regulação, desrespeitando a independência das instituições, buscando descaradamente privilégios para a sua casta. O PSD, supostamente também defensor da liberdade política, finge que não vê. Perante isto, antes neo que bafio.
O sistema, diz ainda que por altura da troika todos pudemos saborear o Éden Liberal, uma vez que o terceiro take de bancarrota por parte de um executivo socialista calhou ao governo seguinte. Alguns direitos sociais não foram assegurados? Não era possível, o Estado estava falido. Doeu a todos. Foi austeridade, não foi liberalismo. A culpa não foi de políticas economicamente liberais, a culpa foi de quem nos deixou sem opção.
Historicamente, os socialistas criam crises, os outros recuperam, e ficam com a fama de austeros. Alguém se perguntou como seria se as políticas liberais tivessem sido alguma vez implementadas?
Alguém se perguntou, porque os países que adoptaram medidas Liberais lideram os rankings de felicidade e baixa criminalidade, ao contrário dos regimes com ideologias opostas?
A resposta é simples: a criminalidade e a infelicidade são parte das consequências da miséria, a mesma da qual os extremos se alimentam. A extrema-esquerda precisa da miséria para existir, e a extrema-direita precisa que a miséria exista para viver de ressentimento e criar o clima de revolta no qual consegue crescer.
Quando o sistema vos fizer acreditar que não pagam serviços públicos, acreditem que pagam. E bem. Por serviços que não escolhem, e que sozinhos se revelam insuficientes e, portanto, ineficientes. O Dinheiro não é público, é de todos. O Estado não dá, devolve. Para serviços públicos verdadeiramente ao serviço do cidadão é indiferente a natureza do prestador, como defendem os Liberais (sem aspas).
Quando o sistema vos disser que o liberalismo não visa “a partilha”, recordem-se que a partilha que tem sido uma realidade que tem alimentado Estados grandes e uns poucos, sobrando para o povo umas migalhas, estas sim, partilhadas entre si.
E finalmente, quando o sistema vos disser que os Liberais não são detentores da palavra liberdade, relembremo-nos que foram os Liberais que acabaram com os regimes absolutistas, para que a liberdade possa ser usufruída por todos. Pois os Liberais não querem apropriar-se da palavra liberdade. Os Liberais não se apropriam de nada. Os Liberais querem apenas que cada um de vós tenha a liberdade de definir, o que é para si… A Liberdade.
Há coisas que podem ser ou parecer abruptas, a necessidade de alguns em atacar os Liberais não o é. Fazem-no porque sabem que o liberalismo quando aplicado funciona e as elites que têm vivido e se servido do estado a que o Estado chegou, estão assustadas. É o instinto de sobrevivência no seu mais puro estado.
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