Janeiro: a missão espacial chinesa divulgou novas imagens de Marte (não havia marcianos); as fortunas dos 500 mais ricos do mundo subiram, coitados, mais 800 mil milhões de euros; TAP distinguida como uma das melhores do mundo em funcionamento (e dívida, digo eu); Maria Correia Halpern Diniz é a primeira mulher a ser promovida a oficial general da Marinha; um estudo revela que a canábis pode prevenir a COVID-19 (não apurei, mas vou apurar); um estudo de investigadores chineses diz que o vinho e o champanhe ajudam a prevenir a COVID-19 (desde aí deixei de beber água); o papa Francisco disse: “Pais que têm filhos com outras orientações sexuais, a forma de lidar com isso é acompanharem-nos e não se esconderem numa atitude de condenação” (demasiados católicos reservaram-se o direito de não o ouvir); lontra é avistada em Vila Nova de Gaia; Minnie Mouse trocou o habitual vestido vermelho por algo mais arrojado e com assinatura de Stella McCartney; a minha amiga Carla gritou Spoooortiiiiiiiiiing!;
Fevereiro: um pinguim, chocado por casal do mesmo sexo, nasce no jardim zoológico de Nova Iorque; Carlos Alexandre congela a reforma de 15 mil pacotes a Manuel Pinho (o pobre coitado); a Polícia Judiciária deita mão a obra de arte que João Rendeiro tinha refundido num armazém (go PJ!); José Cid é comendador (pode ser que consiga contribuir para compensar o mau nome de outros comendadores); a rainha Isabel comemora 70 anos de reinado; Kamila Valieva, patinadora de 15 anos, faz um salto quádruplo na perfeição; Bélgica avança para a semana de quatro dias de trabalho (também quero!); mulher é curada do VIH, através de tratamento inovador; Espanha obriga a ter um curso antes de ter um cão (parece-me civilizado); 13 ucranianos numa ilha fazem um pirete à Rússia;
Março: PCP acha melhor votar contra a resolução do Parlamento Europeu de condenação à Rússia (andam aos papéis, diria); a Federação Internacional de Judo retira título a Putin (ainda assim o homem não ficou KO, talvez seja natural, parece que KO não é gíria judoca); as redes sociais aceitam publicações de incentivo ao ódio e violência; Auriol Dongmo é campeã do mundo do lançamento de peso em pista coberta; Will Smith bateu em Chris Rock e fomos todos ver os Óscares;
Abril: cientistas explicam o que os nórdicos já sabem há muito: é importante tirar os sapatos quando se entra em casa; outro estudo diz que se os cães forem vegan a vida melhora; é lançada Barbie versão Rainha Isabel II; a máscara deixa de ser obrigatória (com excepções!); faltam 30 anos para as mulheres terem o mesmo ordenado que os homens quando na mesma função;
Maio: os looks na Gala do Met continuam sem pés nem cabeça; estudo diz que a solidão faz mal à saúde (e não se sabia já?); a camisola de Maradona é vendida por oito milhões de euros (não há vergonha, portanto); o director-geral da Organização Mundial de Saúde diz que um aborto seguro pode salvar vidas (oiçam-no!); ténis Balenciaga custam 1450 euros e aparentam estar destruídos e sujos (dah!); Ucrânia vence a Eurovisão (sem comentários); a tendência diz que os vestidos de noiva podem ser pretos; Mona Lisa leva com um bolo em cima;
Junho: Elon Musk diz que teletrabalho não é aceitável, mas ninguém quer saber do que ele diz; estudo defende que beber café pode diminuir o risco de morte (mas vamos morrer na mesma); Cavaco Silva dá uma entrevista e jovens perguntam: quem é?; LaMBA, a inteligência artificial, diz que sente prazer (ainda bem para ela); um em cada três portugueses tem dores de costas (e novidades?); cinco amigos tiraram a mesma fotografia durante 40 anos (não ficaram melhor); Musk quer ser CEO do Twitter (não o deixes, Senhor!);
Julho: Martim, de nove anos, traz duas medalhas de ouro da Taça de Dança do Mundo para Portugal; um homem cai na piscina e é salvo pelos filhos que aprenderam técnicas de reanimação a ver filmes; diz que há um comprimido que cura a ressaca; Boris Johnson sai do melhor emprego do mundo (on his opinion); Rihanna é a bilionária mais jovem dos EUA; novas imagens captadas pelo telescópio espacial James Webb deslumbram os que acreditam que a Terra é redonda; a temperatura chega aos 47 graus no Pinhão; discute-se a apropriação cultural (não sei é como vão resolver a questão na música);
Agosto: Patriarcado afasta padre por suspeita de violação; na Islândia o Fagradalsfjall entre em erupção; são recuperados tesouros de um galeão espanhol naufragado há 350 anos; empresa portuguesa quer enganar mosquitos com pulseira que cheira a plantas; Serena Williams termina a sua carreira; Salman Rushdie é esfaqueado; Gina Lollobrigida, aos 95 anos, anuncia que se irá candidatar às eleições italianas (nunca mais ouvi falar disto);
Setembro: 125 euros, 125 euros, 125 euros; morre a rainha Isabel II; mostram-se os chapéus icónicos da rainha, as casas, as luvas, as malas etc etc etc; mulher na Califórnia fingiu o seu próprio rapto (há gente para tudo); andar pode diminuir o risco de morte precoce, dizem estudiosos (andam muito, estes); parece que não é ideal tomar banho durante uma trovoada (vão à cata de informação, aqui não tenho espaço!); no Irão começa uma revolta tremendamente corajosa;
Outubro: na TAP encomenda-se BMWs, depois desencomenda-se; Justin Bieber, afinal, não vem em Janeiro (alguém sabia que ele vinha cá?); morre o cão mais velho do mundo, aos 22 anos de idade; aumenta a gasolina, desce a gasolina, aumenta a gasolina, desce a gasolina (Toy está a pensar numa canção); Girassóis de Vincent van Gogh leva com sopa de tomate (cada um é activista como pode); indicados os dez bairros mais cool do mundo, um é português; a atleta iraniana Elnaz Rebaki faz a sua prova de escalada sem hijab; Lizz Truss abandona o “melhor emprego do mundo”; celebra-se José Saramago;
Novembro: NASA distribui fotografia com o Sol a sorrir (não perguntem, não sei); Taylor Swift é a primeira artista a ocupar dez lugares do top americano; Disney apresenta-nos Bianca, a primeira protagonista plus size; chovem bolas de fogo (mais ou menos); estudo diz que jogar faz com que as crianças tenham um melhor desempenho cognitivo; ténis para cavalos custam 1213 euros (não há paciência); Macron diz que não é a favor do bloqueio ao Mundial, mas também não é a favor do racismo ou da homofobia;
Dezembro: Espanha aprova lei trans; licença parental passa a 28 dias; ordenado mínimo sobe; estudo diz que adolescentes perderam capacidades socioemocionais com a pandemia; Argentina faz o que Portugal não conseguiu; o documentário sobre Harry e Meghan foi um tiro no pé para uns, uma descoberta para outros; Évora será Capital Europeia da Cultura em 2027; lei da eutanásia tem pernas para andar (assim Marcelo deixe); IKEA sobe ordenados de entrada na empresa para mil euros; Irão anuncia fim da polícia da moralidade; Lisboa no top 5 das melhores cidades para expatriados; a TAP leva mais uma injeção de 980 milhões (eu nem sabia que existia tanto guito em território nacional).
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