Ah shit, here we go again. A Alemanha, a maior economia da zona euro, está prestes a entrar em recessão. E é das técnicas. Naturalmente, Portugal estará exposto às consequências desta possível crise.

Que desagradável. Não me digam que estes anos de opulência asiática acabaram. Não quero acordar deste sonho de riqueza pornográfica em que este país se encontra. Como é que vamos lidar com a abrupta mudança de estilo de vida? Agora é o quê? Os portugueses vão ter de se sujeitar a salários baixos? Ou pior, os serviços públicos vão deteriorar-se? Não sei mesmo o que é vai ser da nossa vida.

É com grande pesar que vejo chegar ao fim estes largos anos de abastança. A verdade é que a fartura não podia durar para sempre. Estamos a brincar? A nossa vida mudou por completo desde a saída da Troika. No mínimo, fomos jantar mais vezes fora. As coisas melhoraram muito. Tenho um primo que aufere para cima de 600 euros a trabalhar no turismo. Só está desempregado quem não sabe fazer um check-in.

As pessoas ganharam outro tipo de segurança financeira. E a valorização imobiliária? Quem tenha uma casa em Lisboa já tem garantido um bom meio milhão se a vender. Isto não é bolha nenhuma. É o investimento mais seguro. Onde é que já se viu agora casas que valiam muito passarem a valer bastante menos? Nunca aconteceu na história da economia mundial. Descansemos.

António Costa já se aproveitou do início de ataque de pânico. Na entrevista que deu ao Expresso, publicada no último sábado, reforça que o PS das contas certas é a solução para nos proteger de um contexto internacional adverso. Onde é que já ouvimos isto? É que é quase como a namorada atual que acaba por ter o mesmo discurso que criticávamos na ex-namorada. Às tantas, concluímos que a culpa é mesmo nossa.

Culpa teremos também dos efeitos da próxima grande crise. Também andámos inequivocamente a viver acima das possibilidades desde maio de 2014. Aparentemente, a Alemanha prepara um pacote de incentivos à economia para mitigar a recessão. Ah, afinal pode combater-se a crise com investimento? Curioso. Agora, é mais do que certo que quando a crise aqui chegar essa forma de agir voltará, mais uma vez, a ficar fora de moda. Que pena. Vivíamos tão bem.

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