É generalizada a avaliação de que a maioria dos eleitores que optaram pelo voto antecipado são eleitores em Biden – muitos deles com um voto tático que não significa adesão à candidatura democrata mas que se servem dela como recurso para tentar afastar Trump.

O espetáculo da noite “Election Night” nos Estados Unidos costuma ter epílogo (orientando-nos pela hora portuguesa) entre as 5 e as 6 da madrugada, hora a que habitualmente se fica a saber quem tem maioria para conquistar a presidência. Desta vez, porém, a eleição não é como as outras e é provável que seja preciso esperar dias ou até mais de uma semana pelo resultado do escrutínio.

Há um estado com grande peso, a Pensilvânia (vale 20 eleitores), que já decidiu contar os votos que cheguem por correio até à próxima sexta-feira. Se a votação na Pensilvânia estiver muito renhida, vai ser preciso esperar.

É de calcular que só em caso de vantagem clara nos estados chave possa ser conhecido o vencedor logo na madrugada da “Election Night”.

Por agora, as sondagens apontam alguma recuperação de Trump nos últimos dias, mas sem alterar o favoritismo de Biden. A vantagem que Biden chegou a ter na Florida (29 grandes eleitores) dissolveu-se e os dois candidatos estão ombro a ombro. Também há empate técnico no Ohio, na Carolina do Norte e na Georgia, estados que votaram Trump em 2016.

Nenhuma previsão deteta qualquer possibilidade de conquista por Trump de algum estado que há quatro anos votou Hillary. Aliás, a campanha republicana não se foca nessa ambição, o que pretende é conservar o mais possível do que alcançou em 2016. Então, o total de 80 mil votos de vantagem no conjunto de três estados (Pensilvânia, Michigan e Wisconsin) foi a diferença determinante para, com aqueles 46 grandes eleitores, concretizar a eleição de Trump. Desta vez, Biden aparece com liderança clara naqueles estados operários do Michigan e do Wisconsin.

A Pensilvânia (20) emerge cada vez mais como o estado mais influente para decidir esta eleição.

Entre os 50 estados nos EUA há apenas 10 que têm em aberto a decisão sobre quem ganha. O resultado do Wisconsin, apesar de com apenas 10 grandes eleitores, aparece como um indicador forte para as previsões: quem ganhar este estado fica melhor colocado para ganhar. Biden está nas sondagens com 6 pontos percentuais de avanço.

Admitindo que Trump ganha no Texas e na Florida (dois estados onde tudo segue muito aberto), também em Iowa, Ohio, Georgia e Carolina do Norte, há quatro estados (Pensilvânia, Michigan, Minnesota e Nevada) cruciais para se perceber quem vai ganhar.

Os prognósticos apontam Biden como favorito firme para vir a ser eleito Presidente dos EUA. Pode repetir-se a surpresa de há quatro anos? Não é impossível mas é improvável.

A maior incerteza é sobre o grau de tensão que a candidatura anunciada como derrotada vai instalar.

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