Hoje não contamos mortos. É a primeira vez desde agosto
A pandemia de covid-19 chegou a Portugal no princípio de março de 2020. O medo já cá andava: os olhos postos no comboio de ambulâncias que levava portugueses repatriados da China para o isolamento. O caso do português num navio lá longe.
Quando os primeiros casos foram de facto registados nos hospitais portugueses, principiou uma soma contínua, primeiro de casos sucessivos, até à primeira morte. Desde esse dia 16 de março, quando um homem de 80 anos morreu no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, este é apenas o segundo dia em que as autoridades de saúde não reportam óbitos.
O último dia sem mortos foi 2 de agosto. Desde esse verão, relativamente ameno em termos de pandemia, o país já atravessou o inferno. Quando António Lacerda Sales anunciou, na conferência de imprensa de 3 de agosto, que nas 24 horas anteriores não tinha havido mortes, as lágrimas assomaram-lhe aos olhos. Parecia o fim do pesadelo.
Estávamos, porém, ainda longe do pior: em dois dias de janeiro deste ano, chegaram a morrer 303 pessoas em 24 horas.
Até hoje, Portugal tem 16.965 óbitos. 16.965 homens e mulheres que morreram neste país por causa de uma doença que se infiltrou em cada pormenor das nossas vidas.
Ontem, não morreu ninguém.
No interessante discurso que fez na Assembleia da República, este domingo, Marcelo Rebelo de Sousa deixou muita matéria para reflexões sobre a portugalidade. Não falou da pandemia, mas as palavras, quando assim, aplicam-se à universalidade.
“Não há, nem nunca houve um Portugal perfeito, como nunca houve um Portugal condenado”, disse o presidente da República, sobre a história deste país de defeitos e grandezas. O país que já foi elogiado pela forma como combateu a pandemia — o mesmo país que já foi o pior do mundo.
Somos um lugar de cinzentos, sucessão de intermédios. A pandemia, omnipresente, dura dolorosa na vida de tantos. E permanece apenas como irritante percalço na vida de outros. O barco não é o mesmo, ainda que o mar esteja bravo para todos.
"Ou nos ajudamos mutuamente ou naufragamos todos juntos”, disse Alexandre Quintanilha, deputado do PS, que discursou pelo partido na sessão solene no parlamento. A escolha é aqui feita sem qualquer tentativa de destaque partidário, trata-se apenas de coincidência metafórica.
"Ou nos ajudamos mutuamente ou naufragamos todos juntos”. Hoje estamos cá todos. Nenhum de nós morreu ontem por causa desse invisível inimigo. Importa continuar, para que amanhã estejamos todos a pensar no caminho para o próximo dia.
- 19:29
- Foram abundantes os avisos de que o Brexit seria para a Irlanda do Norte uma fábrica de bombas preparadas para explodir. A fanfarronice de Boris Johnson a celebrar o Brexit fê-lo não dar atenção a esses alertas. Era preciso tê-los levado a sério.
-
- 19:19
-
Estados Unidos vão partilhar até 60 milhões de doses da vacinas da AstraZeneca com outros países
Os EUA vão começar a partilhar com outros países vacinas contra a covid-19 da AstraZeneca e o Presidente Joe Biden prometeu ao primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, apoio no combate à pandemia.
-
- 18:26
-
Covid-19: Costa com esperança que Portugal avance para última fase de desconfinamento
O primeiro-ministro disse hoje em Valença ter "esperança" de que o país possa dar, na terça-feira, o "passo que falta" no processo a "conta gotas" de reabertura da atividade económica e social após o confinamento motivado pela covid-19.
-
- 17:49
-
Covid-19: OMS nota intensificação da pandemia. Situação na Índia é "para lá de dilacerante"
A Organização Mundial de Saúde alertou hoje que na última semana houve tantas novas infeções pelo SARS-CoV-2 como nos primeiros cinco meses da pandemia da covid-19, salientando que a situação na Índia é "para lá de dilacerante".
-
- 17:16
-
Covid-19: Forças de segurança registaram aumento de infrações no início do desconfinamento
As forças de segurança registaram um aumento no incumprimento das regras do estado de emergência no período de 17 a 31 de março, quando se iniciou a primeira fase do plano de desconfinamento, indica o último relatório do Governo.
-
- 14:31
-
Costa sublinha que aposta na ferrovia é "revolução no transporte de mercadorias"
O primeiro-ministro, António Costa, destacou hoje, na estação de Valença, a "prioridade" do Governo à modernização da ferrovia, "o maior investimento dos últimos 100 anos em Portugal", considerando que essa aposta "é uma revolução no transporte de mercadorias".
-
- 13:58
-
Testemunhas confirmam que houve casas abandonadas e em ruínas a ser reconstruídas após o fogo de Pedrógão Grande
Duas testemunhas confirmaram hoje em tribunal, no julgamento das alegadas irregularidades no processo de reconstrução das casas após o incêndio de Pedrógão Grande, que casas desabitadas, algumas em ruínas, foram reconstruídas após o fogo.
-
- 13:27
-
Portugal tinha a oitava eletricidade e o décimo gás natural mais caros da União Europeia no segundo semestre de 2020
Portugal é o oitavo país da União Europeia (UE) com o preço mais caro de eletricidade para consumo doméstico e o décimo no que diz respeito ao gás natural, segundo dados do Eurostat do segundo semestre de 2020, hoje divulgados.
-