O que Costa não antecipa, antecipam os partidos. O que já se sabe sobre as medidas que aí vêm

Tomás Albino Gomes
Tomás Albino Gomes

Ainda antes de começar a receber os partidos com representação parlamentar para discutir a situação epidemiológica em Portugal, num momento em que o país regista um crescimento das taxas de incidência e de transmissão (Rt) da covid-19,  António Costa, à margem do 9.º Congresso Nacional dos Economistas, que decorreu hoje em Lisboa, recusou antecipar medidas junto dos jornalistas.

No entanto, o final de cada reunião com cada partido foi oferecendo algumas pistas sobre aquilo que se prevê que venha a ser anunciado na quinta-feira, na habitual conferência de imprensa que costuma ter lugar após o Conselho de Ministros.

Por exemplo, após a reunião com o Chega, André Ventura disse ter ficado com a ideia de que "o Governo poderá vir a exigir, em alguns espaços, por exemplo discotecas, ou bares, ou grandes eventos com grande presença massiva de pessoas, por exemplo eventos desportivos, dois instrumentos de controlo cumulativos: uso de certificados e o teste obrigatório até 48 horas antes".

Também segundo o deputado único do Chega, o executivo não irá impor a mesma medida para a restauração, sendo que, nesse caso, será apenas exigido o certificado “independentemente do dia e da hora”.

No que se refere à utilização da máscara, André Ventura disse que, segundo a sua perceção, o Governo “não está inclinado” para “impor o uso obrigatório na rua, a toda a hora”.

“Penso que está inclinado para uma combinação de fatores: de obrigatoriedade dentro de espaços – por exemplo restauração, comércio, etc. – independentemente do tamanho do espaço e do número de pessoas que lá estejam, e na rua funcionar como uma recomendação que apenas seria exigível em casos de ajuntamentos muito significativos onde não fosse possível manter essa distância”, frisou.

André Ventura afirmou ainda que, durante a conversa que teve com António Costa, o primeiro-ministro pareceu estar “recetivo, e o Governo tem também em cima da mesa, a possibilidade de reforçar o controlo externo e de introduzir a obrigatoriedade de testes ou certificados para quem viaja para Portugal”.

Já a Iniciativa Liberal, pelo presidente do partido, João Cotrim Figueiredo, disse que não há, da parte do Governo, "a intenção de voltar a confinar as atividades económicas e proceder a restrições idênticas às que já tivemos no passado”.

A mesma ideia foi corroborada pelo secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa. "Ficámos com a ideia de que não vão existir restrições significativas, de que deve haver a nossa própria defesa no plano de evitar o contágio, tomarmos as nossas medidas de proteção sanitária”, frisou.

Já sobre o que diz respeito ao processo de vacinação, Francisco Rodrigues dos Santos, líder do CDS-PP, após a reunião com o primeiro-ministro, disse que “até ao Natal, o compromisso que o Governo fez também com o CDS é que iria priorizar a terceira dose ao grupo dos mais idosos e aqueles que ao longo dos últimos tempos têm perdido eficácia na vacina de acordo com os estudos que vieram a ser revelados também pelos mesmos especialistas”.

De acordo com Francisco Rodrigues dos Santos, “no quadro da preparação do Natal e até ao final do ano, a prioridade que o Governo se comprometeu perante o CDS é que vai encetar todos os esforços e mobilizar os meios necessários para organizar uma vacinação massiva que proteja os mais idosos”.

“Tivemos ocasião de colocar essa pergunta ao senhor primeiro-ministro porque, de acordo com os dados que foram facultados pelos especialistas na semana passada, a maior incidência do vírus ocorre nessa janela, dos cinco aos 11 anos”, afirmou.

No entanto, segundo o líder centrista, como “a letalidade é quase zero nessas faixas etárias” entendeu-se, na opinião do Governo, “seguir a prioridade dada aos grupos que são mais vulneráveis ao vírus”.

Recorde-se que esta primeira ronda de audições, que o primeiro-ministro ouviu Chega, PEV, PAN, Iniciativa Liberal, CDS, PCP e Bloco de Esquerda, acontece poucos dias depois da reunião entre políticos e especialistas no Infarmed, onde estes últimos sugeriram uma série de recomendações para enfrentar a quinta vaga epidémica.

Amanhã, António Costa vai continuar o rol de audicências, com reuniões com o Partido Social Democrata e o Partido Socialista. Quinta-feira deve marcar o anúncio de novas medidas.

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