Continuar a ter vida no Natal (mas com mais testes, menos convivas e máscara)

Inês F. Alves
Inês F. Alves

Aos poucos vamos conhecendo melhor a variante que está a complicar o Natal Europa fora. A Ómicron é mais transmissível, mas aparentemente menos grave, e logo, menos letal. Em Portugal estima-se uma duplicação de casos a cada dois dias com esta nova variante. Atualmente, a prevalência ronda os 20% e pode chegar aos 50% na semana do Natal, atingindo os 80% na semana do Ano Novo.

Foi com cautela que a Ministra da Saúde veio pedir aos portugueses contenção nas festas, dado que "ainda sabemos pouco sobre esta variante". A receita repete-se este Natal (na expectativa de que não se torne tradição): mais uso de máscara, mais testes, mais vacinação, mais controlo de fronteiras e distanciamento físico. "Todos temos de estar preparados para fazer mais", disse Temido.

Nesse sentido, o Governo está a ponderar alargar o número de testes gratuitos (atualmente quatro por mês) por cidadão, disse a ministra da Saúde, ainda que sem detalhe.

Uma das principais preocupações está na capacidade de o sistema nacional de saúde dar resposta e, segundo a ministra, este "começa a ressentir-se" em termos de inquéritos e testagem, mas os "cuidados hospitalares ainda estão com níveis estáveis", embora esteja previsto um "agravamento", que os hospitais estão a preparar.

Mas não foi só a Marta Temido a falar esta sexta-feira, com os país em contagem decrescente para as festividades. Numa entrevista, a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, apelou à responsabilidade individual, ainda que não se coloque a vida em suspenso por causa da pandemia.

“O que eu diria aos portugueses, independente do que vai acontecer nos próximos dias em termos da variante, é que temos de estar conscientes e responsáveis dos riscos que corremos no nosso dia a dia. Estar cientes de que pandemia não acabou, que temos uma nova variante, e que vamos entrar no período de maior ‘stress’ do ano, o inverno, pelas baixas temperaturas e pela circulação de outros vírus que não o Sars-CoV-2”, disse.

Isso implica, defende, ter “a humildade de ir ajustando as medidas ao risco epidemiológico. Se nos próximos tempos a variante Ómicron tiver um comportamento distinto do que tem agora, ou for mais rápida a sua transmissibilidade, ou maior escape à vacinação, ou maior gravidade e impacto nos serviços de saúde, pois bem, obviamente é para isso que existem medidas mais duras, ou menos duras, conforme se antecipa e projeta o comportamento do vírus”, acrescentou.

Procura-se, portanto, a medida certa para viver com o vírus, porque, “entretanto, temos de ser felizes, continuar a ter vida de relação, vida social, vida emocional, não podemos interromper a nossa vida, já o fizemos por alguns períodos, porque tínhamos muita incerteza, medo, porque não sabíamos exatamente o que nos esperava nem o comportamento do vírus. Mas (…) já passaram dois anos, já sabemos que não podemos dizer com certeza absoluta o que vai acontecer nas próximas semanas ou meses, aprendemos que o vírus varia, mas temos de encontrar um equilíbrio para não interromper a vida, porque só temos esta", concluiu Graça Freitas.

É o segundo Natal da pandemia. Sabemos mais sobre o vírus, mas estamos longe de nos ver livres dele.

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