O que dizem os Censos?

Alexandra Antunes
Alexandra Antunes

O Instituto Nacional de Estatística (INE) apresentou esta quarta-feira os resultados definitivos dos Censos 2021.

No total, foram divulgados mais de 200 indicadores estatísticos que vão além de dados preliminares já conhecidos e que abrangem as áreas de demografia, migrações, educação, mercado de trabalho, movimentos pendulares, incapacidades, composição dos agregados domésticos e organização das estruturas familiares.

E estas são algumas das conclusões:

População

  • Portugal perdeu 2,1% da população entre 2011 e 2021. “Residiam em Portugal, à data do momento censitário, dia 19 de abril de 2021, 10.343.066 pessoas (4.920.220 homens e 5.422.846 mulheres)”, adiantou o INE;
  • Esta redução constitui uma inversão na tendência de crescimento da população que se verificou nas últimas décadas e representa a “segunda quebra populacional registada desde 1864, ano em que se realizou o I Recenseamento Geral da População”.

Escolaridade

  • O nível de escolaridade da população em Portugal cresceu de forma significativa na última década, destacando-se o aumento de pessoas com ensino superior: a percentagem era de 13,9% em 2011 e atingiu 19,8% entre as pessoas com 15 ou mais anos em 2021, representando um total de 1.782.888 indivíduos;
  • A estes dados junta-se ainda o peso crescente de pessoas com o ensino secundário e pós-secundário, que evoluiu de 16,7% para 24,7% na última década.

Envelhecimento e estrangeiros

  • Mais de 23% da população portuguesa era idosa em 2021, um fenómeno de envelhecimento que se agravou na última década, e os estrangeiros a viver no país aumentaram 37% desde 2011;
  • A percentagem de jovens até aos 14 anos era de apenas 12,9% em 2021. “A baixa natalidade e o aumento da longevidade que se verificou nas últimas décadas refletem-se na pirâmide etária correspondente aos censos 2021 que, de 2011 para 2021, evidencia um estreitamento dos grupos etários da base e um alargamento nas idades mais avançadas”, adiantou o instituto.

Desequilíbrio no território

  • O desequilíbrio na distribuição da população pelo território português acentuou-se entre 2011 e 2021, com perda de habitantes no interior e a concentração em torno de Lisboa e no Algarve;
  • “O padrão de litoralização do país e de concentração da população junto da capital foi reforçado na última década. Cerca de 20% da população do país concentra-se nos sete municípios mais populosos, que abrange uma área de apenas 1,1% do território. No outro extremo, representando também cerca de 20% da população, temos os 208 municípios menos povoados e que ocupam 65,8% da área do país”, descreve o INE;
  • Na Região Autónoma dos Açores, as ilhas de São Miguel e da Terceira registam o maior valor de densidade populacional, enquanto na Região Autónoma da Madeira é na parte sul da ilha da Madeira que se verifica a maior densidade.

Agregados familiares

  • A percentagem de divorciados aumentou na última década e representa já 8% da população residente em Portugal, ultrapassando assim o número de viúvos (7,5%);
  • De acordo com os dados, 43,5% da população residente no território nacional era solteira em 2021 (acréscimo de três pontos percentuais em 10 anos), enquanto 41% tem como estado civil casado, o que traduz um recuo de 5,6 pontos percentuais em relação a 2011 (46,6%);
  • Houve um aumento da proporção das uniões de facto, com o número de indivíduos neste regime conjugal a crescer 38,2% face a 2011.

Religião

  • O número de católicos em Portugal diminuiu 0,8% numa década, cifrando-se em 2021 em 7.043.016, o que corresponde a 80,2% da população maior de 15 anos que respondeu a esta questão. No que respeita às igrejas cristãs, o Censos de 2021 apurou que 186.832 se assumem como protestantes/evangélicos (75.571 em 2021) e 60.381 se apresentam como pertencentes à Igreja Ortodoxa (56.550 em 2011), enquanto outras confissões religiosas cristãs apresentam um número total de 90.948. As Testemunhas de Jeová, que aparecem pela primeira vez isoladas, são 63.609;
  • Entre as religiões não cristãs, os muçulmanos são 36.480, após registarem significativa subida em relação a 2011, quando eram 20.640. Os hindus são 19.471, os budistas são 16.757 e a religião judaica é seguida por 2.910 pessoas (3.061 em 2011);
  • No Censos de 2021 duplicou o número dos que assumem não ter religião, com 1.237.130, enquanto dez anos antes foram 615.332 os que declararam não professarem qualquer crença religiosa.

Emigrantes que regressam

  • Mais de 1,6 milhões de portugueses residentes em Portugal estiveram pelo menos durante um ano emigrados;
  • Trata-se de portugueses que regressaram ao país de origem após um período de emigração em França (23,2%), Angola (14,0%), Suíça (8,1%), Brasil (7,2%), Moçambique (6,5%) e Alemanha (6,3%);
  • Estes antigos emigrantes portugueses voltaram maioritariamente para o interior das regiões norte e centro e na Região Autónoma da Madeira.

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