Os 11 futebolistas da Alemanha escolhidos para alinhar de início perfilaram-se junto aos fotógrafos para a habitual fotografia antes do início da partida, mas com a particularidade de todos taparem a boca.
Nas redes sociais, a formação germânica explicou o gesto: "Queríamos usar a nossa braçadeira de capitão para apoiarmos os valores que defendemos na seleção alemã: diversidade e respeito mútuo. Juntamente com outras nações, queríamos que a nossa voz fosse ouvida. Não se tratava de fazer uma declaração política – os direitos humanos não são negociáveis. Isso deveria ser dado como certo, mas ainda não é o caso. Por isso esta mensagem é tão importante para nós".
"Negar-nos a braçadeira é o mesmo que negar a nossa voz. Mantemos nossa posição", afirmam.
O jornal espanhol a Marca destacou ainda duas curiosidades. A primeira, uma imagem do árbitro a verificar a braçadeira de capitão usada por Emmanuel Neuer, que pretendia utilizar uma com a inscrição ‘One Love’ (um amor), a segunda, vários jogadores alemães usaram chuteiras com um arco-íris discreto.
Sete seleções europeias, entre quais a da Alemanha, pretendiam utilizar no Mundial2022 uma braçadeira de capitão com a inscrição ‘One Love’, em alusão à igualdade, mas a FIFA proibiu essa utilização, ameaçando com sanções.
Inglaterra, País de Gales, Bélgica, Dinamarca, Alemanha, Países Baixos e Suíça dispensaram, então, os seus ‘capitães’ do uso da braçadeira, face à possibilidade de serem penalizados, mas referiram estar “frustrados” com a inflexibilidade demonstrada pela FIFA.
A federação alemã de futebol, bem como o governo do país, foram alguns dos que criticaram a decisão da FIFA de impedir a utilização das braçadeiras.
O organismo que rege o futebol mundial decidiu, então, adiantar a campanha “Não à discriminação”, prevista inicialmente para a partir dos quartos de final do Mundial2022, a fim de permitir que os 32 capitães das seleções possam usar essa braçadeira durante o torneio.
Desde que foi escolhido para organizar o Mundial2022 de futebol, que se iniciou no domingo e decorrerá até 18 de dezembro, o Qatar tem sido alvo de várias críticas, nomeadamente no que diz respeito às suas posições em matéria de direitos humanos, das questões LGBTQ+ e de abuso sobre os trabalhadores migrantes.
Perante este contexto, algumas federações uniram-se em setembro na vontade de se expressarem com a iniciativa ‘One Love’, defensora de igualdade, em que eram apologistas do uso simbólico de uma braçadeira com a inscrição e as cores do arco-íris.
O Qatar, o primeiro país do Médio Oriente a organizar um campeonato do Mundo de futebol, garantiu que todos os adeptos são bem-vindos, sem discriminação, porém a lei do país criminaliza a homossexualidade.
*com Lusa
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