1. Devemos gastar mais de 800 biliões de euros anuais nesta tecnologia climática? 

Atualmente o mundo enfrenta um tipo de ameaça global que não tem conseguido enfrentar há anos. Impedir que o planeta aqueça ainda mais requer um esforço económico sem precedentes para conter as emissões que causam as mudanças climáticas. 

Contudo, mesmo as projeções científicas mais otimistas referem que não basta interromper a produção de dióxido de carbono; é também preciso remover as vastas concentrações de gases já presentes na atmosfera, onde continuarão a reter calor por mais de um século.

Conhecida como “captura direta do ar”, esta tecnologia — desenvolvida neste momento por duas empresas, a Carbon Engineering, do Canada, e a Climeworks, sediada na Suíça — é capaz de extrair cerca de metade do CO2 atmosférico que precisa ser de removido para evitar que as temperaturas do planeta subam a níveis catastróficos. Estas máquinas funcionam como ventoinhas sugadoras gigantes que puxam o carbono do ar e prendem-no magneticamente a moléculas de cálcio ou potássio, transformando as emissões numa substância que pode ser injetada no subsolo para armazenamento permanente, evitando o seu retorno à atmosfera.

Este tipo de tecnologia é bastante cara — as estimativas são de 1 trilião de dólares por ano, ou seja, mais de 800 biliões de euros — e consome muita energia, mas novas investigações explicam por que é que investimentos em grande escala como este podem ter um retorno positivo no futuro.

Para ler na íntegra em HuffPost.

créditos: Lusa

2. Como dois bairros no Arizona e na Flórida tornaram-se focos de calor nauseante

De todos os estados dos EUA, o Arizona e a Flórida foram os que registaram os picos de calor no verão mais acentuados neste último século. Cada vez mais, as doenças causadas pelo calor estão a aumentar e os maiores impactos são nas comunidades mais pobres e com um histórico de segregação racial, de acordo com a investigação do The Center for Public Integrity e do Columbia Journalism Investigations, em cooperação com os meios de comunicação Mother Jones, The Arizona Republic, e o Orlando Sentinel. 

O Arizona é já considerado o estado mais quente dos EUA e Phoenix a cidade mais quente, com mais de 140 dias acima dos 37ºC (100º Fahrenheit) apenas em 2020. Na Flórida, a combinação de calor e humidade torna-o num dos lugares mais perigosos do país, de acordo com um estudo recente.

Muitos habitantes levam sempre consigo um kit de emergência preparado para o calor: uma arca com uma bolsa de gelo e um pano húmido. 

Para ler na íntegra em The Center for Public Integrity.

3. O primeiro dia de ação climática de Biden

Desde quarta-feira, Joe Biden é oficialmente o 46º presidente dos Estados Unidos. Logo no primeiro dia do seu mandato de quatro anos, juntamente com Kamala Harris enquanto vice-presidente, o chefe de Estado tomou uma série de ações executivas a favor da ação climática. 

Como já tinha prometido na sua campanha eleitoral, os EUA voltaram a aderir ao Acordo de Paris e o novo executivo considera agora revisões nos padrões de emissões dos veículos e na economia largamente composta pelos lucros do petróleo e outros combustíveis poluentes.

Todas estas ações foram vistas com bons olhos pelos ativistas climáticos, sendo descritas como um começo promissor. Mas, de acordo com a administração de Biden, é apenas isso: um começo – têm políticas específicas que pretendem legislar. 

Para ler tudo isto em CBS News.

créditos: Lusa

4. Os legisladores que negaram a vitória de Biden abraçam uma conspiração mais mortal: a negação das alterações climáticas

Dos 147 legisladores que, no início deste mês, votaram para anular os resultados da eleição presidencial dos EUA, 90 também são negacionistas do clima. “O resultado desta desinformação climática será muito mais mortal do que o que aconteceu no Capitólio, inspirado pela desinformação”, escreve Emily Atkin na sua newsletter Heated.

As crenças destes legisladores variam desde “expressões de dúvida subtis” a “alegações absurdas de conspiração”. O representante de Maryland, Andy Harris, por exemplo, disse que acredita que a ciência climática é “incerta”, enquanto que o deputado do Texas, John Carter, afirma que as mudanças climáticas são “um pequeno esquema” que usa “propaganda governamental” para fazer lavagem cerebral às massas.

Para Emily Atkin, ambos são considerados desinformação que servem o mesmo propósito: convencer os americanos de que ainda não há uma decisão final sobre a veracidade das alterações climáticas, para que a legislação seja adiada o máximo possível.

Para ler na íntegra em Heated.

créditos: AFP or licensors

Por cá: Universidade de Coimbra lidera projeto europeu para biorecuperação de metais de minas 

A Universidade de Coimbra (UC) lidera um projeto europeu para recuperar resíduos gerados pelo setor mineiro, contribuindo assim para o Acordo Verde Europeu (European Green Deal).

O projeto, denominado “REVIVING – revisiting mine tailings to innovate metals biorecovery”, que obteve um financiamento de 1,2 milhões de euros da União Europeia (UE), tem como parceiros investigadores e empresas ligadas ao setor mineiro de França, Roménia e Portugal, revela a UC, numa nota enviada à agência Lusa.

De acordo com Paula Morais, docente da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UC e coordenadora do projeto, o REVIVING “vai estudar a utilização das comunidades microbianas dos próprios resíduos na lixiviação de metais valiosos, abordando o problema da devolução dos resíduos ao ciclo produtivo e, desta forma, apoiando a transição da UE para uma economia circular”.

Se os resíduos forem “processados e recuperados, estes podem ser considerados um recurso, em vez de um bem a ser descartado, voltando a ser um material inerte a devolver ao ambiente”, sublinha, citada pela UC, Paula Morais.

Genericamente, vai ser explorado um novo conceito de biolixiviação. Este novo conceito, acrescenta a também investigadora do Centre for Mechanical Engineering, Materials and Processes (CEMMPRE) da UC, “consiste na manipulação do microbioma dos resíduos (conjunto de comunidades microbianas que residem nos resíduos) e hidrometalurgia com aplicação de pressão negativa”.

Os investigadores vão usar, para isso, as novas técnicas moleculares “Next -Generation Sequencing” e vão estudar a “libertação de metal após o bioprocessamento, usando a pressão negativa como estratégia inovadora de extração de metal e como forma de ultrapassar a heterogeneidade do material (ou materiais) de fase sólida”, detalha Paula Morais.

No final do projeto, com a duração de três anos, vai ser implementado um sistema piloto na maior mina de tungsténio da Europa - a mina da Panasqueira (na zona da Covilhã) – com o objetivo de transformar os resíduos mineiros, tóxicos, em matéria-prima, numa perspetiva de economia circular.

A docente e investigadora sublinha ainda que, na Europa, “mais de 300 milhões de toneladas de resíduos de extração e mineração são produzidos anualmente”.

No mundo, acrescenta, “a demanda por metais, tanto em quantidade como em diversidade, tem crescido devido à sua utilização na tecnologia em geral e particularmente nas tecnologias modernas, ecologicamente corretas, do tecido industrial europeu”.

No âmbito do arranque deste projeto, vai decorrer, na segunda-feira, pelas 14:00, um webinar subordinado ao tema “Raw Materials, a key factor on the support of European Green Deal”.

A iniciativa junta especialistas de várias áreas e, refere a UC, pretende discutir como é que as novas tecnologias de base bio – “nature based” – podem ajudar a obter matérias-primas a partir de recursos secundários, contribuindo assim para os objetivos do Acordo Verde Europeu.

A inscrição no ‘webinar’ pode ser efetuada em https://forms.gle/DsK5ttyMFa2c6Ew87.

Edição e seleção por Larissa Silva

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