“Este leilão não faz sentido nenhum”, afirmou a gestora, quando questionada sobre o 5G na conferência de imprensa dos resultados da Sonae, que decorreu por videoconferência.
Cláudia Azevedo apontou que o leilão de quinta geração “faz uma reserva de espectro para os novos entrantes e impede os operadores que têm investido de terem espectro suficiente para melhor muito o 4G e investir no 5G”.
Os novos entrantes “não têm nenhuma obrigação de investimento, nós na NOS, quando entrámos em Portugal, tínhamos a obrigação” de cobertura de 99% da população, tal com a TMN (atual Meo) e a Telecel (atual Vodafone), salientou.
E depois “podem fazer ‘roaming’ nas nossas redes que andámos a investir há não sei quantos anos”, acrescentou.
Cláudia Azevedo deu exemplo das afirmações do regulador de que Portugal tem “menos operadores do que devia ter”, o considerou não ser verdade, salientando que isso é fácil de demonstrar.
“Acho que no fim o regulador vai ficar todo contente, porque há imensos ‘players’ agora em Portugal. O que é que atrai? Pessoas que não têm nenhum compromisso com Portugal, pessoas que não têm nenhum compromisso de investimento”, apontou, referindo que final “vai ser uma confusão”.
E depois, se estes novos operadores “não gostarem das rentabilidades [no mercado português] vão-se embora”, rematou, considerando “inacreditável o que está a acontecer”.
O 5G “é uma tecnologia de futuro, dá-nos a industrialização, dá-nos uma série de coisas”, sublinhou, defendendo que “é fundamental para Portugal” e que o país “tem que apostar nisso”.
Cláudia Azevedo disse perceber que quando a Anacom fala, “a sociedade ache que diz a verdade”, uma vez que é o papel dos reguladores.
“Acreditamos que bons reguladores fazem setores fortes, até percebemos que seja mal compreendido estes nossos comentários” sobre o regulador, continuou.
“Só que no caso deste regulador não é verdade e é muito fácil de comprovar isso”, disse, dando os exemplos dos preços das telecomunicações em Portugal ou da qualidade da rede e serviços, entre outros.
“Nós temos os piores retornos de capitais investidos na Europa, são tudo dados públicos”, asseverou, salientando que o investimento dos três operadores históricos – NOS, Vodafone e Altice – é de cerca de “1.000 milhões de euros”.
Três operadores, “independentemente dos seus acionistas, altamente comprometidos em Portugal em tecnologias”, concluiu Cláudia Azevedo.
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