“Após um exigente processo de seleção nacional e internacional”, o astrónomo Nuno Peixinho, do Centro de Investigação da Terra e do Espaço (CITEUC) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (UC), foi nomeado “representante de Portugal no Comité de Utilizadores” do European Southern Observatory (ESO), informa a UC numa nota enviada hoje à agência Lusa.

O astrónomo passa assim a integrar um conselho consultivo do diretor-geral do ESO, em representação da comunidade portuguesa de utilizadores da “impressionante e sempre revolucionária rede de telescópios construídos no Chile pelo consórcio do European Southern Observatory”, sublinha a UC.

“Coletivamente, devemos aconselhar o diretor-geral em assuntos relativos à performance dos Observatórios de La Silla, do Paranal e do ALMA, em questões de acesso científico e dos serviços necessários ao seu bom funcionamento”, explica, citado pela UC, Nuno Peixinho.

O Observatório de La Silla está situado a cerca de 600 quilómetros a norte de Santiago do Chile, a uma altitude de 2.400 metros, na periferia do deserto do Atacama, região onde também estão instalados os observatórios do Paranal, que possui um dos céus noturnos mais escuros da Terra, e do ALMA (Atacama Large Millimiter), a cinco mil metros de altitude, que é o mais caro projeto, neste setor, construído no mundo (mais de mil milhões de euros).

No plano individual, o investigador deverá “fazer a ponte entre a comunidade astronómica em Portugal e o ESO, no que concerne à constante avaliação do funcionamento das infraestruturas do ESO por parte dos utilizadores portugueses e, simultaneamente, prestar apoio ao ESO, informando a nossa comunidade sobre o desenrolar do seu plano operacional”, acrescenta.

A nomeação representa, “sem dúvida”, um prémio, reconhece Nuno Peixinho.

“Sabe sempre bem sentirmo-nos reconhecidos, quer nacional quer internacionalmente, pela comunidade científica da nossa área de trabalho”, no caso, a astronomia, “mais concretamente a astronomia observacional”.

Mas esta nomeação também significa “uma enorme responsabilidade, pois a astronomia europeia em geral e a portuguesa, em particular, dependem muito fortemente dos Observatórios do ESO no Chile”.

A ESO é uma organização intergovernamental de ciência e tecnologia para a conceção, construção e funcionamento de observatórios astronómicos terrestres de ponta, “só possível nos dias de hoje mediante intensa cooperação internacional”, destaca a UC.