A proposta ambiciosa poderia tornar possível criar órgãos humanos para transplantes, desenvolver vacinas e terapias contra o cancro, disseram os apoiantes do projeto num artigo publicado quinta-feira na revista americana Science. Mas a ideia já gerou críticas devido ao potencial de um dia criar filhos sem pais biológicos e devido ao segredo que envolve uma recente reunião sobre o projeto - críticos argumentam que uma questão tão importante não pode ser discutida a portas fechadas.
Os seus proponentes vislumbram um projeto na mesma escala do Projeto Genoma Humano, que mapeou e publicou o genoma humano sequenciado em 2003. Chamado de "Projeto Genoma Humano-escrita" ou "HGP-write" - já que a síntese equivaleria à "escrita" em vez da "leitura" do nosso código genético -, o projeto pretende reduzir os custos de trabalhar os segmentos de DNA no laboratório.
O novo objetivo seria "mais ambicioso e mais focado em entender as aplicações práticas do que o Projeto Genoma Humano original", disse George Church, professor de genética na Harvard Medical School e um dos 25 autores do artigo.
Os investigadores esperam lançar o projeto ainda este ano, após arrecadar 100 milhões de dólares de fontes públicas, privadas, filantrópicas e académicas em todo o mundo.
O genoma é o código genético de cada organismo - o conjunto completo de DNA que contém as instruções que ele necessita para sobreviver e se desenvolver. Para sequenciar o genoma humano é preciso descodificar a ordem exata de cerca de três biliões de pares de bases de DNA armazenados em 30.000 genes.
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