Cheiro a limão. Mais concretamente, a citronela (um óleo essencial). Os investigadores da Universidade do Minho — Filipa Gonçalves, Artur Ribeiro, Carla Silva e Artur Cavaco-Paulo — desenvolveram duas formas de modificar o tecido de algodão, de forma a que este solte o aroma quando entra em contacto com o suor.
No estudo, publicado na revista ACS Publications, é referido que é utilizada uma proteína — extraída do focinho de porco — que estabelece ligação com as moléculas de cheiro. Além disso, foi também anexado um módulo de ligação entre carboidratos e o algodão. Há ainda um segundo método que envolve lipossomas — semelhantes a gordura — em vez das proteínas para ligar o aroma ao tecido.
Com isto, cada vez que os tecidos entram em contacto com a solução ácida do suor, libertam o cheiro de citronela. Mas de forma diferente nos dois métodos: utilizando a proteína do focinho de porco, há uma “explosão rápida de cheiro”; com os lipossomas, tal acontece de forma mais lenta e controlada. Contudo, as duas formas têm, para os investigadores, “alto potencial”.
Como referido no estudo, o cheiro a suor causa “inquietação e constrangimento social”. E se cheirar bem já parece uma vantagem suficiente para usar roupa deste tecido, há ainda mais uma: a citronela é um bom repelente de insetos. Mosquitos e melgas longe — e mau cheiro também.
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