A Warner Music Entertainment divulgou esta terça-feira que se associou ao espólio da lendária artista e à produtora Serively Happy para realizar um filme de 90 minutos narrado pela voz de Piaf que “desvendará aspetos até então desconhecidos da sua vida”.
Os produtores explicaram, citados num comunicado, que a imagem e a voz de Piaf serão recriadas graças à tecnologia de IA, que foi treinada com centenas de ficheiros, alguns de há mais de 80 anos, “para realçar ainda mais a autenticidade e o impacto emocional da sua história”.
“A animação oferecerá uma visão moderna da sua história, enquanto a inclusão de imagens de arquivo, performances no palco e na televisão, imagens pessoais e entrevistas televisivas proporcionarão ao público uma visão autêntica de momentos significativos na vida de Piaf”, revelaram.
O filme decorrerá nas cidades de Paris e Nova Iorque e abrangerá o período entre 1920 e 1960.
O projeto promete oferecer uma visão moderna da sua história, apresentando as conquistas pessoais e performances icónicas da cantora de “La vie en rose”.
A ideia original é da realizadora e argumentista Julie Veille, responsável por filmes para televisão como “Diana Ross, Diva Suprema” (2019) ou “Stevie Wonder: Visionário e Profeta” (2019), e partilha os créditos de escrita com Gilles Marliac.
“A sua história é um exemplo de incrível resiliência, de superação de lutas e de desafio às normas sociais para alcançar a grandeza e é tão relevante agora como era naquela época”, sublinhou Veille, citada no comunicado.
Por sua vez, Catherine Glavas e Christie Laume, as executoras do espólio de Piaf, expressaram o quão “especial e comovente” foi a experiência de ouvir novamente a voz da cantora graças à tecnologia de IA.
“Parece que estamos na sala com ela de novo”, realçaram.
Édith Giovanna Gassion nasceu em Paris em 19 de dezembro de 1915. Anos depois adotaria o apelido artístico de “Piaf”, que em espanhol significa pardal, numa referência à sua voz particular.
A sua vida foi marcada pela tragédia e pelo excesso, tendo vivido uma infância atormentada pela necessidade e pela miséria, e uma vida adulta fustigada pela morte da sua única filha e do seu amante, o pugilista Marcel Cerdán, e por problemas com o seu vício em morfina.
Piaf tornou-se uma estrela internacional na década de 1950 e canções como “Non, je ne regret rien”, “Hymne à l’amour” e “Milord” fizeram dela uma das cantoras mais famosas do século XX.
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