“Estamos a aproveitar esta oportunidade. É mais um polo de desenvolvimento do concelho, criando mais emprego e mais riqueza em todo o concelho e em toda a ilha”, adiantou, em declarações à Lusa, o presidente do município, José António Soares.

A Start Up Pico, apresentada hoje na Madalena, é a segunda incubadora de empresas da ilha e tal como a Criar Tec, de São Roque, conta com mentores de várias empresas de Silicon Valley, nos Estados Unidos.

Enrique Diaz, da Apple, Maria Silveira, da Foster Farms, Ângela Simões, da Palcus, Ângelo Garcia, da Lucas Real Estate Holdings, Nuno Braga, da Zoom, e Amanda Schmidt, da PandaDoc, são os mentores já conhecidos.

A incubadora conta também com uma parceria com a empresa AzoresX, criada pelo empresário picoense Roberto Lino, que trabalhou durante mais de duas décadas em Silicon Valley, com a Escola Profissional do Pico e com a Universidade da Beira Interior.

“A ideia é aproveitarmos todos esses ‘players’ importantes neste mercado para poderem-nos ajudar a promover cada vez mais a StartUp do Pico”, salientou o autarca.

Com o lema “da Madalena para o mundo”, a incubadora terá um foco sobretudo nas novas tecnologias.

“Temos cada vez mais condições para que se possam fixar outras empresas e possam trabalhar daqui para outros pontos do globo”, acrescentou José António Soares.

Para já, a incubadora deverá ficar instalada num edifício do município, que será alvo de obras de beneficiação, mas o autarca não impõe limite ao número de inscrições.

“Haverá sempre espaço para que possamos albergar todos os projetos que se possam querer incubar na nossa ‘start up’. Quantos mais, melhor”, afirmou.

Durante mais de 20 anos, Roberto Lino trabalhou em Silicon Valley, na Califórnia, em empresas como a Skype, Webex, UserZoom, Cisco, Jive e Microsoft, nas áreas de marketing, gestão, e logística.

Há três anos regressou à ilha do Pico, onde nasceu, com o objetivo de “ajudar a desenvolver a economia local”, trabalhando sobretudo na cultura empresarial da ilha.

Para o fundador da AzoresX, parceira da Start Up Pico, mais importante do que o espaço físico é o apoio de quem já tem experiência empresarial.

“Uma incubadora não é só um edifício, é um ecossistema de apoio aos empreendedores e aos empresários. Os mentores são uma parte crítica desse ecossistema, tal como as parcerias que estamos a desenvolver com as várias entidades”, frisou, em declarações à Lusa.

Roberto Lino tem amigos que vivem nos Açores e continuam a trabalhar para empresas de Silicon Valley, mas admite que o local tem “um ADN e um caráter próprio”.

“Cá, quando entro num café ouço falar em futebol ou nas coisas que se estão a passar no concelho. Lá, entra-se num café e está-se a falar na próxima ‘start up’, no próximo empreendedor. É uma cultura empresarial completamente diferente”, explicou.

O empresário acredita que os mentores da incubadora, muitos deles amigos e contactos que fez em Silicon Valley, podem ajudar a importar esse ambiente empresarial para o Pico.

“O objetivo é trazer um bocadinho desse ADN para cá. Ser empreendedor é ter uma ideia, mas também é tudo o que vem atrás. É a persistência, é o ‘network’ de pessoas à volta que podem aconselhar, que podem apoiar, que podem investir. Este ecossistema é o que estamos a tentar ajudar a câmara [municipal] da Madalena a criar, para que se possa respirar mais um bocadinho desse ADN de empreendedorismo e tecnologia”, apontou.

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