O projeto está numa fase piloto e, no próximo ano letivo, deverá começar já a funcionar em pleno, contou à Lusa a professora Rosário Mauritti, coordenadora do IN-Iscte e do Laboratório de Competências Transversais.
A nova ferramenta digital está desenhada para enviar um alerta sempre que identifique um padrão anormal de um aluno, como uma ausência prolongada às aulas, não entregar sistematicamente trabalhos pedidos, ter maus resultados académicos ou não pagar propinas, exemplificou.
A ideia é conseguir uma resposta personalizada às necessidades de cada estudante, sendo que o modelo está a ser desenhado a pensar nos que mais abandonam a escola, ou seja, os caloiros.
“A situação de abandono e de insucesso está muito incidente no 1.º ano. É aí que se coloca, de facto, de forma mais dramática. Normalmente digo que quando o aluno sobrevive ao 1.º ano, está conquistado”, salientou Rosário Mauritti.
No ano passado, o abandono escolar no Iscte rondou os 7%, um valor abaixo da média nacional (cerca de 11%). É entre os alunos do 1.º ano de licenciatura que mais se sente este problema.
Todos os anos, chegam à instituição muitos alunos deslocados e nem todos têm facilidade em se adaptar.
“Já é muito difícil a transição do secundário para o superior, mas quando isso é associado à questão de sair de casa (…) é sempre um grande desafio e, às vezes, as pessoas perdem-se”, explicou a coordenadora, salientando que o sistema digital permitirá “detetar imediatamente situações que, de facto, carecem de uma maior atenção”.
A equipa irá ainda definir quem é que deve atuar quando soa o alarme e quem é que tem de intervir para mobilizar a comunidade.
Rosário Mauritti espera que a nova ferramenta possa vir a inspirar e a ser usada por outras instituições de ensino superior: “Gostaria bastante que isso fosse possível e iremos partilhar a forma como fizemos e o impacto que tem com os colegas das outras instituições, onde não existe”.
Além disso, os dados e informações sobre abandono escolar serão alvo de tratamento para que possam vir a ser utilizados no desenho de políticas públicas de combate ao fenómeno.
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